Resumo

• Inflação sem paralelo: Preços sobem a nível recorde nos Estados Unidos e pressionam o Fed;
• Tropeço: Prévia do PIB decepciona e mostra que a economia brasileira ainda patina;
• Destaques corporativos: Aquisição bilionária da Magalu e IPO da SmartFit;
• Radar do mercado: Temas e eventos para ficar de olho.

Estados Unidos

Inflação sem paralelo

Um novo recorde. A inflação medida pelo CPI (Consumer Price Index) nos Estados Unidos chegou ao maior nível dos últimos 13 anos, com aumento de +0,9% na comparação mensal e +5,4% na base anual. O índice de junho foi puxado, principalmente, pelo preço de carros usados.

Evidentemente que o resultado joga mais pressão sobre o Fed, que defende a tese de que esse aumento do nível de preços é temporário. Durante um encontro com políticos americanos, o presidente do banco central, Jerome Powell, afirmou que essa inflação é “única na história” e destacou a dificuldade de navegar em um cenário no qual a maior economia do mundo está reabrindo as portas e retomando as suas atividades. Somando isso à gargalos nas cadeias de suprimentos e aumento do custo de energia, o movimento inflacionário recente é quase inevitável, na visão de Powell.

Outro membro importante do FOMC (Comitê de Política Monetária do Fed), Fed Bullard, declarou em entrevista após o dado que toda essa situação será ponderada no próximo encontro do Fed no final de julho. Bullard, no entanto, avisou que a instituição não pode adotar uma postura de “piloto-automático” nesse momento, ou seja, algo precisa ser feito.

Vale destacar que elevar juros não é a única ferramenta do Fed para lidar com a inflação crescente. Um método que o banco central pode adotar é o de reduzir a compra de títulos, através da qual injeta liquidez nos mercados. Baixar o ritmo desse estímulo monetário é uma constante nas conversas sobre o tema. Esse procedimento é chamado por lá de “tapering”.

Seja nos juros ou no ritmo de compra de títulos, o Fed certamente terá que se mexer diante dos resultados recentes de inflação no país e da expectativa do mercado.

Brasil

Tropeço

A economia brasileira tem mostrado alguns sinais positivos e atraído o otimismo de setores do mercado, tanto que as projeções do FOCUS têm se elevado a cada semana. Em maio, no entanto, o IBC-Br – indicador do Banco Central considerado uma “prévia do PIB” – teve queda de -0,43% quando a expectativa do mercado era de uma alta de +1%.

Dos setores que compõem o resultado, indústria e varejo foram os que mais decepcionaram. A percepção de analistas é de que, apesar da boa notícia que vem do arrefecimento da pandemia e o avanço da vacinação no país, a economia brasileira ainda não voltou a pleno vapor. Alguns segmentos como saúde, educação e turismo estão longe do patamar pré-pandemia, o que ajuda a explicar a forma como a expansão da atividade tem patinado no Brasil.

Apesar da notícia negativa, o Ibovespa fechou a semana em alta e o dólar teve forte recuo frente ao real.

Destaques corporativos

Aquisição explosiva

A Magazine Luiza (MGLU3) anunciou na quinta (15/07) a maior aquisição da sua história: a compra da Kabum!, maior empresa de e-commerce para games e tecnologia, por cerca de R$ 3,8 bilhões. A transação é mais um movimento voltado para o superapp da Magalu, oferecendo ao cliente um ecossistema variado de serviços, desde delivery de comida a jogos eletrônicos.

As ações da varejista fecharam o pregão de quinta com alta de +3,45%.

Outro negócio bilionário na bolsa foi o IPO da SmartFit (SMFT3), rede nacional de academias com modelo de baixa mensalidade. A companhia levantou R$ 2,3 bilhões durante a sua estreia na Bolsa, recurso que será destinado à expansão do grupo mediante a abertura de novas unidades.

As ações da SmartFit tiveram uma disparada de +34,78% no primeiro pregão.

Radar do mercado

Para ficar de olho

• Brasil

  : Em uma semana com poucos dados, as atenções continuam voltadas para o ambiente político de Brasília com a CPI da Covid.

• Mundo: Na próxima semana serão divulgados dados relevantes da economia americana no setor imobiliário e industrial.