Tombo histórico

Tombo histórico

Resumo

  • Efeitos da pandemia: PIB das principais economias sofrem forte contração no segundo trimestre;
  • Riscos consideráveis: decisão do Fed e eleições presidenciais nos Estados Unidos;
  • Mercados e pandemia: casos de coronavírus voltam a subir em alguns países, afetando o desempenho dos índices internacionais;
  • “Jeitinho”: presidente da Câmara demonstra forte resistência ao novo tributo proposto pelo governo;
  • Bate-bola corporativo: destaques da semana;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Retratos da crise

Tombo histórico

No decorrer da semana foi divulgado o PIB (prévia) de grandes economias mundiais referentes ao segundo trimestre, período no qual a crise causada pela pandemia foi mais aguda. O fato dos resultados serem negativos não é novidade, no entanto, o tamanho da queda frente aos dados históricos surpreende:

  • Estados Unidos: -32,9%
  • Alemanha: -10,1%
  • Espanha: -18,5%
  • França: -13,8%
  • Itália: -12,4%

Das grandes economias, apenas a China evitou a contração econômica no mesmo período, registrando um crescimento de +11,5%. É importante ressaltar, porém, que enquanto americanos e europeus sofriam com o aumento exponencial dos casos de coronavírus nesse período, os chineses já iniciavam a reabertura da economia. A pandemia atingiu os países em momentos distintos.

Política monetária americana

Riscos consideráveis

O Fed, banco central dos Estados Unidos, manteve novamente a taxa de juros no patamar de 0% a 0,25%, sem surpresas perante a expectativa do mercado. Após a decisão, no entanto, as palavras do presidente da instituição, Jerome Powell, são acompanhadas com atenção, pois servem para dar pistas sobre o futuro da política monetária americana.

Powell declarou que a trajetória da economia dependerá da evolução da pandemia daqui para frente, sendo que a crise de saúde pública deve pesar sobre a atividade econômica no curto prazo e representa um risco considerável no médio prazo. O presidente do Fed destacou que o banco central fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar a economia, ressaltando também a importância de mais estímulo fiscal nesse cenário.

Em linha com o discurso de Powell e cientes da gravidade do impacto econômico causado pelo Covid-19, congressistas americanos já discutem mais um pacote de estímulo. As negociações ainda estão em andamento, mas a proposta deve incluir assistência de moradia, pagamentos diretos a grupos vulneráveis e suporte financeiro para a reabertura de escolas, perfazendo, um valor superior a US$ 1 trilhão.

Além do risco causado pela pandemia, os Estados Unidos vão encarar mais um elemento de incerteza: a eleição presidencial, que deve ocorrer, talvez, em menos de 100 dias. Talvez, porque Trump propôs o adiamento do pleito sob o argumento de possibilidade de fraude nas votações, que deverão ser realizadas de forma remota. Uma certeza é de que esse evento deverá mexer muito com o nível de volatilidade dos ativos até novembro.

Mercados e pandemia

Alta nos casos

Números da pandemia: considerados epicentros no início da pandemia, Espanha e Itália testemunharam um aumento nos casos de Covid-19 durante a semana. No mundo todo, são mais de 17 milhões de infectados e 674 mil mortos. Estados Unidos, Brasil e Índia permanecem como os países que lideram as estatísticas de coronavírus.

Com o aumento de infecções reportadas e dados econômicos negativos, a semana foi mista em termos de resultados nos mercados internacionais, com destaque para as ações europeias e japonesas, que tiveram performance fortemente negativa no período.

Os principais índices tiveram os seguintes resultados na semana:

  • Índices americanos – S&P 500 teve alta de +1,73%. Dow Jones caiu -0,15%
  • Índice europeu – Euro Stoxx50 teve queda de -4,12%
  • Índices asiáticos – Nikkei 225 (Japão) caiu -4,58%. Shanghai Composite (China) teve alta de +3,54%

Brasil

“Jeitinho”

Após o envio da primeira parte da proposta de reforma tributária, a equipe econômica começou a ventilar nos bastidores a ideia de um novo tributo que deve incidir sobre meios de pagamentos eletrônicos, semelhante à antiga CPMF. Se depender de Rodrigo Maia, presidente da Câmara, esse imposto não deve ser aprovado tão cedo. Maia classificou o tributo como “jeitinho” e afirmou que votará contra em caso de proposta. O presidente da Câmara declarou que o governo não deve aumentar a carga tributária, mas sim reduzir despesas.

Nas palavras de Guedes, Ministro da Economia, se não for aceito o “feioso” (imposto sobre pagamentos eletrônicos), será necessário conviver com o “cruel” (impossibilidade de desonerar a folha salarial). Enquanto as partes não se entendem, a reforma tributária, considerada fundamental para a melhora do ambiente de negócios no Brasil, fica em modo de espera.

Bolsa de Valores… o Ibovespa subiu +0,59,% na semana, e fechou o período em 102.912 pontos. No mês de julho, a alta do índice brasileiro foi de +8,27%. O dólar continua em níveis elevados frente ao real e encerrou a semana, e consequentemente o mês, cotado a R$ 5,22.

Bate-bola corporativo

O que foi destaque na semana?

  • O Banco do Brasil S.A (BBAS3) anunciou na sexta passada (24/07) a renúncia de Rubem de Freitas Novaes como presidente da Companhia sob o argumento da necessidade de renovação diante das inovações no sistema bancário;
  • A Telefônica Brasil S.A (VIVT3; VIVT4) divulgou que o seu Conselho de Administração aprovou na terça (28/07) um novo Programa de Recompra de Ações;
  • A Tim Participações S.A (TIMP3) anunciou na quarta (29/07) que o seu Conselho de Administração também aprovou um Programa de Recompra de Ações.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil

    : O destaque da próxima semana é a decisão de taxa de juros pelo COPOM. Conforme expectativa do mercado, o comitê do Banco Central deve promover mais um corte de 0,25% na SELIC, levando o indicador ao patamar de 2,00%. Caso confirmada a alteração, a taxa de juros brasileiro chegará a uma nova mínima histórica.

  • Mundo: Logo no início da semana serão divulgados números de PMI Industrial de países europeus, o que deve oferecer um panorama do ritmo de recuperação da região. No entanto, o evento mais importante dos próximos dias é o Payroll, que apresenta os números do mercado de trabalho americano referente a julho. A estimativa é de uma nova redução na taxa de desemprego, confirmando a retomada econômica no país.

Sobre o autor

Lucas Barroso

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