Sem Fronteiras
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Resumo
- Mercados internacionais despencam: bolsas mundo afora sofrem forte queda e têm a pior semana desde 2008, ano da grande crise financeira;
- Além das ações: preço do barril de petróleo também sofre forte desvalorização;
- Perguntas sobre o atual cenário: analistas questionam o tamanho dos efeitos do coronavírus na economia mundial e a resposta do Fed nessa situação;
- Ibovespa perto dos 100.000 pontos: principal índice de ações brasileiro sofre forte desvalorização com aversão ao risco dos investidores;
- Tchau, Brasil: movimento de saída de capital estrangeiro da bolsa brasileira bate recorde no dia 26/02;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana.
Cenário internacional
Risco de pandemia
Mercados internacionais despencam… Enquanto o avanço da doença parece perder força na China, epicentro do coronavírus, vários casos foram confirmados mundo afora, sendo os países mais atingidos: Itália, Irã e Coreia do Sul. Além disso, foi constatado também o primeiro caso da doença com origem desconhecida nos Estados Unidos, já que o paciente não esteve em nenhum foco de transmissão fora do país. A constatação de que o vírus está se espalhando em escala internacional causa forte preocupação sobre a possibilidade de desaceleração econômica global, uma vez que cadeias de suprimentos e diversos setores são afetados por causa das restrições relacionadas à uma possível pandemia.
As notícias de avanço internacional do coronavírus provocaram pânico nos investidores. Os índices de bolsa nos Estados Unidos (S&P e Nasdaq), que haviam atingido as máximas históricas há duas semanas atrás, entraram em “território de correção”, quando ocorre uma desvalorização entre 10% e 20%. Foi a pior semana para o mercado americano desde 2008, ano da crise financeira mundial.
Além das ações… O petróleo também foi fortemente atingido pelos temores relacionados ao coronavírus. Após uma semana inteira de queda, o barril do tipo Brent fechou a semana no menor nível desde 2017. Esse movimento é baseado na constatação de que uma desaceleração na economia global deve reduzir de forma expressiva a demanda por petróleo, causando a queda no seu preço. O cenário é desafiador para os países produtores da commodity.
Três perguntas sobre esse cenário dominam as discussões entre os participantes de mercado: Qual o tamanho do impacto desse vírus na economia global? Quando o avanço da doença será controlado? O Fed cortará os juros visando evitar uma desaceleração da economia americana em função do coronavírus?
Cenário doméstico
Ressaca de Carnaval
Ibovespa perto dos 100.000… Há alguns meses essa frase refletia o otimismo com as perspectivas da economia e da bolsa brasileira. No entanto, após ultrapassar esse nível e se aproximar do patamar de 120.000, o principal índice de ações fechou a semana com queda expressiva em apenas três dias de pregão.
O pessimismo dos investidores com a situação do coronavírus já atingia os mercados internacionais durante o feriado de Carnaval no Brasil. Na quarta de cinzas, a bolsa caiu 7%. Além disso, o dólar renovou a máxima histórica e fechou em R$ 4,48, enquanto o risco-país atingiu o valor mais alto dos últimos três meses. Apesar de fechar a sexta (28/02) em leve alta, foi uma semana curta e difícil para o mercado brasileiro.
Tchau, Brasil… A bolsa registrou na quarta (26/02) a maior saída de capital estrangeiro da história: R$ 3,068 bilhões. O resultado reflete o movimento de aversão ao risco dos investidores função do temor relacionado ao coronavírus.
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A Ambev (ABEV3) divulgou seus resultados de 2019, com alta de 7,13% no lucro líquido em relação ao ano anterior. Para 2020, a companhia projeta mais pressão no custo em função da alta no câmbio e tendência de melhora nas receitas do mercado da América Latina.
- A Diagnósticos da América (DASA3) anunciou que vai disponibilizar testes domiciliares para coronavírus em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. Os resultados serão gerados em 24 horas.
- A Petrobras (PETR3; PETR4) informou nessa sexta (28/02) uma redução de 5% no preço do diesel e 4% na gasolina nas refinarias a partir de amanhã. O movimento é explicado pela queda no preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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