Resumo

• Na medida certa: Payroll abaixo da expectativa diminui os temores de superaquecimento da economia americana;
• Recuperação em V? PIB do Brasil no primeiro trimestre surpreende e vem acima da expectativa;
• Destaques corporativos: Vivara de olho em aquisições e Marfrig aumentando a participação na BRF;
• Radar do mercado: Temas e eventos para ficar de olho.

Estados Unidos

Na medida certa

Sexta-feira costuma ser um dia especial para muitas pessoas. No mercado financeiro, a primeira sexta do mês é um dia único pela divulgação do Payroll, os dados do mercado de trabalho americano.

Em maio, foram gerados 559 mil empregos, abaixo da expectativa de 700 mil novas vagas. Notícia frustrante? Não para os investidores. O resultado mais moderado afasta o receio de um superaquecimento da economia, cenário no qual a inflação acelera e o banco central é obrigado a elevar os juros. Alívio (momentâneo) para o Fed.

Ao mesmo tempo, o dado serviu para confirmar a trajetória de recuperação econômica dos Estados Unidos e foi comemorado pelo presidente Biden. Além da taxa de desemprego ter caído de 5,9% para 5,8%, os pedidos semanais de seguro desemprego marcaram uma nova mínima no período da pandemia (385 mil) e a geração de novas vagas no setor privado (ADP) foi de quase 1 milhão, maior nível desde junho/2020.

O resultado, portanto, veio na medida certa.

Brasil

Recuperação em V?

Nesta semana tivemos a divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2021. Surpreendendo até mesmo as expectativas mais otimistas, o país cresceu 1,2% no período, enquanto o resultado esperado era de cerca de 1%. O crescimento da economia brasileira foi puxado principalmente pelo agronegócio, que além de surfar a alta do preço de commodities no mercado internacional, é também um dos setores mais produtivos do país.

Com o cenário macro positivo e o exterior favorável, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro renovou máximas históricas ao longo da semana, chegando a flertar com os 130 mil pontos. Já o dólar caiu para os níveis mais baixos desde dezembro do ano passado, com a moeda americana sendo cotada na região dos R$5,07.

Destaques corporativos

Vivara: de olho nas estrelas

Segundo rumores, a varejista de joias Vivara (VIVA3) estaria mirando a aquisição da joalheria H. Stern. A companhia nega os boatos, porém os analistas ainda especulam sobre a possibilidade, já que a empresa encontra-se capitalizada graças ao seu IPO recente, realizado em 2019. Caso os boatos se confirmem, a Vivara ganharia mais 100 novas lojas, totalizando mais de 350 pontos de venda, além de adentrar em um público ainda mais premium, com lojas em Nova Iorque, Paris e Londres, onde a concorrente H. Stern hoje atua.

Marfrig: aumentando a posição

A gigante de frigoríficos Marfrig (MFRG3) segue com a aquisição de ações da BRF (BRFS3), chegando a deter nessa semana mais de 31% do capital da processadora de alimentos. Caso o frigorífico adquira mais do que um terço do capital da companhia, a Marfrig acionaria o tag-along da BRF, sendo obrigada a realizar uma OPA (oferta pública de aquisição) para adquirir todas as ações dos atuais acionistas da BRF. Segundo a Marfrig, a companhia não pretende exercer poder político sobre a processadora, com as aquisições sendo realizadas apenas por uma sinergia de negócios e, por isso, a realização da OPA parece pouco provável. Desde o início das aquisições as ações da BRF (BRFS3) já sobem mais de 35%.

Radar do mercado

Para ficar de olho

• Brasil

  : A semana conta com divulgação do índice de vendas ao varejo na terça-feira dia 08/06, IPCA de maio na quarta-feira dia 09/06 e crescimento do setor de serviços na sexta-feira dia 11/06.

• Mundo: Na próxima semana, a Zona do Euro estará no centro das atenções com resultado do PIB no primeiro trimestre e decisão de juros.