Pulso forte
Pulso forte
Resumo
- Payroll: Mercado de trabalho americano aquece e geração de empregos é maior que a expectativa em junho;
- “Nosso” dividendo: Proposta de tributação sobre lucros distribuídos desagrada o mercado;
- Destaques corporativos: Fila de IPOs, crescimento da Magalu e JSL buscando fusão no setor;
- Radar do mercado: Temas e eventos para ficar de olho.
Estados Unidos
Payroll
Resultado mais esperado pelo mercado a cada mês, o Payroll trouxe boas notícias sobre o mercado de trabalho americano. A geração de empregos em junho chegou a 850 mil, bem acima da expectativa de 720 mil. A taxa de desemprego teve leve aumento, saindo de 5,8% para 5,9%.
O presidente Biden gostou do resultado e atribuiu o dado ao avanço da vacinação no país. Os setores de lazer e hotelaria foram os destaques positivos na geração de emprego.
Um ponto de atenção para os investidores é o ganho no salário por hora, que pode indicar aumento do poder de compra dos trabalhadores americanos. Na base anual, esse indicador subiu 3,6%. A questão é se esse ganho vai influenciar no consumo das famílias e, consequentemente, na inflação.
Brasil
“Nosso” dividendo
A segunda etapa da reforma tributária entregue por Guedes ao presidente da Câmara na sexta passada (25/06) parecia carregar boas notícias, como a ampliação da faixa de isenção do IR para pessoas físicas e redução da alíquota tributária para empresas.
Um dos pontos do texto, no entanto, causou frisson entre os investidores. A proposta de taxar dividendos foi encarada como uma péssima ideia pelo mercado. O Ibovespa caiu -1,74% no pregão de sexta após a divulgação da notícia.
A proposta atinge de forma mais contundente as pagadoras de dividendos, como grandes empresas do setor de saneamento, elétrico e bancário. Mas por que essas companhias distribuem boa parte do seus lucros?
O pagamento de dividendos é uma das formas pela qual a empresa remunera o seu acionista. Essa distribuição de lucros é típica de companhias de grande porte e que atuam em setores consolidados e concentrados. Nesse cenário, as empresas têm poucas oportunidades de novos investimentos visando uma expansão do seu mercado consumidor. Sendo assim, boa parte do lucro líquido, que geralmente é pouco volátil para essas companhias, acaba sendo distribuído em forma de dividendos.
Essa situação é bem diferente de empresas menores e com alto potencial de crescimento, uma vez que o reinvestimento dos seus lucros é muito importante para uma expansão bem sucedida dos seus negócios.
Há pouco tempo se dizia que o dividend yield (dividendo/preço da ação) de algumas empresas era até maior que a SELIC. Mas com a escalada dos juros promovida pelo Banco Central e a tributação proposta, dificilmente essa afirmação continuará a fazer sentido daqui para frente.
Críticos da proposta afirmam que a tributação aumenta a carga tributária das empresas, tira o incentivo para investimentos visando geração de renda passiva e tem o potencial de prejudicar a própria economia. Espera-se também que as companhias utilizem outros mecanismos corporativos para remunerar investidores, como a recompra de ações, por exemplo.
Além disso, o cenário político continua pesado com as investigações sobre as tratativas do governo para a aquisição da Covaxin, vacina indiana contra a Covid. No pregão de quinta (01/07), a bolsa caiu forte com os ruídos advindos desse assunto, mas apagou as perdas na sexta (02/07) e fechou a semana praticamente no zero a zero, ainda distante da última máxima registrada acima dos 130 mil pontos.
Destaques corporativos
Fila no segundo semestre
Se o primeiro semestre foi marcado pelo cancelamento de ofertas públicas de ações, a segunda metade do ano parece mostrar um quadro diferente. Já no mês de julho existe uma fila extensa de ofertas primárias (IPO) e secundária de ações (follow-on) que devem movimentar mais de 100 bilhões de reais. No grupo, estão empresas conhecidas como BR Distribuidora, SmartFit e Multilaser.
A percepção é de que a melhora na expectativa dos agentes e o otimismo com a Bolsa, que marcou nova máxima há pouco tempo, contribuem para um ambiente mais propício à abertura de capital das empresas.
A Magazine Luiza (MGLU3) não parou após a aquisição da última semana para o seu superapp. A gigante do varejo anunciou a abertura de 23 lojas no Rio de Janeiro, todas no mesmo dia. A data será na semana que vem e ainda não foi informada. O movimento representa a estratégia de expansão orgânica da companhia em um dos principais pólos de consumo do país.
A JSL (JSLG3) enviou essa semana uma proposta de combinação de negócios à Tegma (TGMA3). Caso confirmada, a fusão entre as duas maiores empresas do setor logístico criaria uma companhia com receita bruta combinada acima de R$ 6 bilhões. Ambos os papéis subiram forte no pregão de sexta (02/07), após a divulgação da notícia.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Nos próximos dias serão divulgados os números de vendas do varejo em maio e IPCA de junho.
- Mundo: Na próxima semana, o PMI das principais economias europeias será divulgado.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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