Piso mantido
Piso mantido
Resumo
- Piso mantido: COPOM mantém SELIC em 2,00% na última reunião de 2020;
- Entrave: pacote de estímulos nos Estados Unidos continua sem acordo e deve ficar para o ano que vem;
- Extensão: Banco Central Europeu sinaliza a expansão de programas de estímulo monetário no decorrer de 2021;
- Perda de intensidade: bolsas mundiais têm semana fraca após sequência positiva;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Brasil
Piso mantido
No decorrer dessa semana, o COPOM (Comitê de Política Monetária) realizou sua última decisão de taxa de juros em 2020. O resultado foi o esperado pelo mercado: manutenção da SELIC na mínima histórica de 2,00%. Uma surpresa, no entanto, foi a sinalização do fim do “forward guidance” (orientação sobre o futuro da política monetária), mecanismo importante para alinhar as expectativas dos agentes com as decisões do Banco Central, mas que, segundo o comitê, não tem funcionado para convergir as perspectivas de inflação, a qual tem subido bastante nos últimos meses.
O cenário ainda está carregado de incerteza para a instituição que conduz a política monetária, uma vez que o Brasil pode enfrentar nas próximas semanas uma segunda onda de coronavírus, que poderia desacelerar a atividade econômica e deteriorar ainda mais o cenário fiscal, ou iniciar o processo de vacinação, representando um importante passo na superação da pandemia no país. Além dessas questões, a falta de avanço nas reformas estruturais e o aumento da inflação, que no momento é encarado como um evento temporário, preocupam o COPOM, que pode até aumentar a taxa de juros em 2021.
O mercado não reagiu de forma significativa ao resultado, pois já era esperado. Na semana, o índice do mercado brasileiro e o dólar tiveram a seguinte performance:
- Ibovespa: o índice fechou a 115.157 pontos, com alta de +1,24% no período;
- Dólar: a divisa americana fechou em queda frente ao real, cotado a R$ 5,05.
Mundo
Entrave
Estados Unidos: em mais um episódio de fracasso nas negociações entre republicanos e democratas, o pacote de estímulo fiscal nos Estados Unidos foi rejeitado e deve ficar apenas para 2021.
Os congressistas americanos realizaram mais uma tentativa antes do fim de 2020, mas não houve acordo a respeito dos termos propostos. As conversas devem ser retomadas no ano que vem durante o governo de Joe Biden, de quem se espera ajuda para viabilizar esse pacote.
A economia dos Estados Unidos demonstrou recentemente a necessidade de mais recursos fiscais após resultados fracos do mercado de trabalho no Payroll de novembro.
Zona do Euro: falando em estímulo, mas no caso monetário, o Banco Central Europeu sinalizou a extensão dos seus programas de incentivo ao crédito e taxa de juros nula com o objetivo de fortalecer a economia europeia em meio a crise atual. A avaliação é de que mesmo com a vacinação em massa, um grau de estímulo extraordinário será necessário para ajudar a região durante todo o ano de 2021.
Após um mês de lockdown restrito nos países mais importantes da Zona do Euro, existe a preocupação com a escalada de novos casos após as festas de fim de ano.
Com mais um episódio de fracasso nas negociações do pacote de estímulo americano e continuidade da alta de casos de Covid na Europa, os índices internacionais fecharam a semana com o seguinte desempenho:
- S&P 500: o principal índice americano caiu –0,96% no período;
- Dow Jones: o índice das maiores empresas dos Estados Unidos teve queda de -0,57% na semana;
- Euro Stoxx 50: o índice representativo do mercado europeu caiu -1,51% no período;
- Nikkei 225: o índice acionário do Japão teve leve queda de -0,37% na semana.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Na próxima semana, será divulgada a ata do COPOM, documento no qual o Banco Central apresenta a sua visão sobre a política monetária e a economia brasileira. Na última reunião, a SELIC foi mantida na mínima histórica de 2,00%.
- Mundo: Além de resultados relevantes da economia americana em relação à indústria e varejo, o Fed realiza sua última decisão de taxa de juros em 2020, com expectativa de manutenção do indicador monetário no atual nível de 0% – 0,25%.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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