Pé no acelerador

Pé no acelerador

Resumo

  • Mais perto: Pfizer anuncia que pedirá aprovação visando uso emergencial da vacina em território americano;
  • Repique: Estados Unidos bate recorde de casos diários e passa por momento difícil contra o coronavírus;
  • Teto sem paredes: Guedes reafirma compromisso fiscal, mas admite dificuldade nas contas públicas sem aprovação de reformas;
  • Bate-bola corporativo: destaques da semana;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Vacinas e pandemia

Uso emergencial

Há algumas semanas foi anunciada que a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech apresentou 95% de eficácia nos testes, bem acima dos 50% estabelecido por agências reguladoras. Além da boa notícia referente aos resultados dos testes, a farmacêutica informou que buscará a aprovação das instituições responsáveis nos Estados Unidos para viabilizar o uso emergencial da vacina.

Um desafio dessa vacina é a logística para uma eventual aplicação em grande escala, uma vez que o armazenamento deve ser realizado em temperatura inferior a -80° C, dificultando o processo de distribuição e transporte. Mesmo com essas dificuldades, a perspectiva de vacinação até o final de 2020 representa um grande avanço diante da expectativa de que isso somente seria possível em 2021.

Além da Pfizer, a Rússia também anunciou que a sua polêmica vacina Sputinik V (primeira oficialmente registrada) apresentou eficácia superior a 90%. Existe uma desconfiança por parte da comunidade internacional em relação ao experimento russo devido à escassez de dados considerados essenciais para medir a eficácia de uma vacina. De qualquer forma, o anúncio abre a possibilidade de novas vacinas bem sucedidas para uso emergencial ainda no final deste ano.

Em boa hora: as boas notícias das vacinas chegam em um momento complicado para os Estados Unidos. O país mais atingido pela pandemia bateu recorde de novos casos diários no decorrer da semana. Enquanto isso, grande parte da Europa está em quarentena até o final deste mês e a Índia registrou mais de 9 milhões de casos, sendo o 2º país mais afetado pelo Covid-19 até o momento. Em todo o mundo foram contabilizados mais de 55 milhões de casos até o momento com mais de 1,3 milhão de óbitos.

Brasil

Teto sem paredes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou a sua preocupação com o cenário fiscal do Brasil e a situação das reformas. De acordo com Guedes, a saída “fácil” para o governo é furar o teto de gastos, mas isso não acontecerá por se tratar de uma irresponsabilidade com as futuras gerações.

Guedes também afirmou que o teto de gastos, estabelecido em 2016 como um mecanismo que impede gastos do governo acima da inflação, foi instituído “sem paredes”, referindo-se às reformas estruturais. Além disso, o ministro apontou que o ambiente político em Brasília trava a pauta de privatizações, considerada fundamental pela equipe econômica.

Risco de rebaixamento: a agência de classificação de risco Fitch reforçou a perspectiva negativa para o rating soberano do Brasil (BB-), que já está abaixo do grau de investimento. Segundo a agência, a perspectiva negativa reflete o peso da dívida pública e a incerteza em torno da situação fiscal do país, agravada pela falta de avanço nas reformas. A Fitch ainda afirmou que a economia brasileira deve se recuperar em 2021, mas ressaltou que o panorama do país com o cenário político e pandemia ainda é muito incerto.

Na semana, o Ibovespa teve leve alta e o dólar fechou em :

  • Ibovespa: com alta de +1,16%, o índice brasileiro fechou a 105.942 pontos;
  • Dólar: a divisa americana fechou em queda frente ao real no período apesar da forte alta no pregão de sexta: R$ 5,38.

Mercado financeiro

Nova estrela no time

Referência no segmento de automóveis elétricos, a Tesla (BDR: TSLA34) se tornará integrante do índice S&P 500 a partir de 21 de dezembro. A companhia registrou cinco trimestres consecutivos de lucro, tornando-a elegível para se juntar ao grupo das 500 ações mais valiosas do mercado americano.

Falando em time de elite, 11 ações brasileiras foram selecionadas para integrar as carteiras do Índice de Sustentabilidade Dow Jones, composto por empresas com fortes iniciativas em ESG (Ambiental, Social e Governança). As companhias são: Bradesco (BBDC3; BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4), Itaúsa (ITSA4), Klabin (KLBN11), Renner (LREN3), Cemig (CMIG4), Embraer (EMBR3), Fleury (FLRY3), Natura (NTCO3) e Suzano (SUZB3).

O IPO do conglomerado chinês Ant Group (holding controladora da gigante Alibaba), que prometia ser o maior da história, foi cancelado. O motivo teria sido uma série de divergências entre Jack Ma, co-fundador do grupo, e agências reguladoras do mercado financeiro chinês. Sendo assim, a Saudi Aramco mantém o título de detentora do IPO mais valioso de 2020 e da história, pelo menos por enquanto.

O desempenho dos mercados internacionais na semana foi o seguinte:

  • S&P 500: o principal índice americano caiu -0,79% no período;
  • Dow Jones: o índice das maiores empresas dos Estados Unidos teve queda de -0,73% na semana;
  • Euro Stoxx 50: o índice representativo do mercado europeu subiu +1,04% no período;
  • Nikkei 225: o índice acionário do Japão teve leve alta de +0,56% na semana.

Bate-bola corporativo

O que foi destaque na semana?

  • O Santander S.A (SANB11) anunciou na segunda (16/11) a possibilidade uma cisão parcial envolvendo a Getnet, atual solução de meio de pagamentos do banco;
  • A Tim S.A (TIMS3) informou na terça (17/11) que a agência de classificação de risco Fitch atribuiu rating AAA em escala nacional para a companhia, que é a classificação corporativa mais alta no Brasil.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil

    : Nos próximos dias será divulgada a taxa de desemprego do país referente ao período entre julho e setembro. O dado será importante para avaliar o ritmo de recuperação do mercado de trabalho brasileiro em meio à pandemia.

  • Mundo: A próxima semana terá dados importantes dos Estados Unidos, com destaque para o resultado do PIB referente ao terceiro trimestre e atas do Fed. Além disso, o aumento de casos de coronavírus em território americano e o pedido de uso emergencial de vacina estarão no radar do mercado.

Sobre o autor

Lucas Barroso

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