Os presidentes e suas guerras particulares

Os presidentes e suas guerras particulares

Resumo

  • Trump e seus conflitos: presidente americano tem se posicionado de forma contundente contra a China, OMS e companhias de tecnologia;
  • Bolsonaro e seus conflitos: presidente brasileiro tem se colocado contra governadores e Judiciário;
  • Resultados econômicos: dados relevantes divulgados em diversos países;
  • Coronavírus: economias em processo de reabertura e América Latina classificada como novo epicentro mundial;
  • Bate-bola corporativo: destaques da semana;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Estados Unidos

Os conflitos de Trump

Contra a China… a oposição aos chineses não é recente, mas as tensões entre os países têm se agravado nas últimas semanas. Um sinal claro disso foi uma medida aprovada pelo Senado americano, que também foi assinada pelo presidente Trump, impondo sanções a oficiais do governo da China por violação de direitos humanos contra minorias muçulmanas no país.

Em pronunciamento oficial nesta sexta (29/05), Trump também anulou o tratamento especial a Hong Kong. O principal motivo foi a aprovação de uma controversa lei de segurança nacional pelo governo chinês que atinge a autonomia da região. Desde então, cenas de protestos como as que ocorreram no início do ano têm se repetido no local.

A medida tem como objetivo atingir o governo chinês, no entanto, o pior foi evitado. O cenário mais pessimista previa o fim do acordo comercial celebrado entre as duas potências em janeiro deste ano, mas Trump não chegou a tal ponto.

Contra a OMS… as críticas de Trump contra a Organização Mundial da Saúde (OMS) não são recentes. O presidente americano atribuiu parte da responsabilidade pelo avanço global do coronavírus à OMS, afirmando que a instituição subestimou e negligenciou, juntamente com a China, o potencial da doença. No discurso desta sexta (29/05), Trump anunciou a saída dos Estados Unidos do quadro da OMS, cortando de vez o financiamento do órgão por parte do país.

Contra as gigantes da tecnologia… nesta semana Trump se posicionou contra as gigantes da tecnologia, principalmente Twitter e Facebook, ameaçando processos judiciais contra essas companhias. O motivo seria o fato do Twitter realizar uma espécie de “verificação de fatos” nas mensagens do mandatário americano nas redes sociais, irritando o presidente. As ações dessas empresas tiveram forte queda na bolsa americana após as manifestações de Trump.

Brasil

Os conflitos de Bolsonaro

Governadores… o vídeo da reunião de Bolsonaro com os seus ministros não conduziu a processos imediatos de investigação contra o presidente. No entanto, ficou ainda mais clara a oposição de Bolsonaro aos governadores, principalmente do Sudeste, por causa das medidas de isolamento social e quarentena.

Judiciário… o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou uma operação que atingiu apoiadores e aliados de Bolsonaro durante esta semana, irritando o presidente e integrantes do governo, que deram declarações contra os ministros do Judiciário. Trata-se de mais um episódio conflituoso na atual administração, que já tem lidado com saídas de ministros e enfrentamento de uma pandemia em solo nacional.

Esse cenário confirma o fato de que o ruído político continua alto no Brasil, podendo influenciar a percepção de risco do país para investidores externos.

Cenário internacional

Resultados econômicos

Estados Unidos… os pedidos semanais de seguro-desemprego continuam em níveis elevados, mas já mostram uma tendência de desaceleração. O resultado mais recente foi de 2,12 milhões de pedidos, ainda acima da expectativa de 2,05 milhões. Além disso, o PIB americano no primeiro trimestre deste ano teve revisão para baixo, atingindo uma queda de -5,0% contra -4,8% de contração esperada.

Em uma conversa realizada por uma universidade americana nesta sexta (29/05), o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou que não vê taxa de juros negativa como algo apropriado para os Estados Unidos. Além disso, Powell destacou que o risco de um forte aumento na inflação é muito baixo no cenário atual, indicando que os juros americanos não devem subir tão cedo.

Europa… o PIB da Alemanha foi revisado para -2,2% no primeiro trimestre, resultado em linha com a expectativa. A contração na França foi maior, -5,3%, mas não tão forte quanto o esperado.

A presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, deu declarações pessimistas na quarta (27/05) sobre a economia da Zona do Euro, projetando uma contração econômica de -8% a -12% neste ano.

Brasil… a economia brasileira teve uma contração de -1,5% nos três primeiros meses de 2020, resultado em linha com o esperado. A queda comparada ao primeiro trimestre de 2019 foi de -0,3%. A taxa de desemprego do país nos três primeiros meses de 2020 chegou a 12,2%, número bem acima dos 11,0% registrados no último trimestre de 2019, já mostrando os efeitos da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho nacional.

Mercados mundiais

Otimismo com cautela

Sell in May and go away?… um dos ditados mais conhecidos do mercado financeiro é “vender em maio e ir embora”, referência ao fato de que, na média, esse mês costuma ser de tendência de baixa para as bolsas internacionais. No entanto, o resultado do período foi positivo para os índices globais, com o S&P 500 subindo 4,5+% no período e o Dow Jones fechando o mês com alta de +4,26%. O Euro Stoxx 50, principal índice europeu de ações, teve valorização de +4,15% em maio.

Bolsa brasileira… em uma semana com alta volatilidade, o Ibovespa fechou o período no território positivo com +6,36%. No mês, o índice teve alta de +8,57%, enquanto o dólar teve forte quedae operam em R$ 5,33, se afastando do nível de R$ 6,00.

Pandemia

Coronavírus

Reabertura gradual… a maioria dos países europeus e vários estados americanos já deram início à retomada gradual da atividade econômica em fases. A prioridade ainda é afastar a possibilidade de uma segunda onda de infecções. O número de casos no mundo chegou a 5,87 milhões, com mais de 362 mil mortes.

Novo epicentro… devido ao avanço da pandemia na região, a OMS classificou a América Latina como o novo epicentro mundial da pandemia. Com mais de 450 mil infecções confirmadas e cerca de 27 mil mortes, o Brasil está a ponto de se tornar o país com mais casos da doença no mundo.

Bate-bola corporativo

O que foi destaque na semana?

  • A BRF S.A (BRFS3) anunciou na última segunda (25/05) que concluiu o seu programa de recompra de 4,8 milhões de ações ordinárias, o que representa 0,60% do capital social da companhia.
  • A Magazine Luiza S.A (MGLU3) divulgou seus resultados do primeiro trimestre na segunda (25/05), que foram considerados acima da expectativa. As vendas e-commerce da companhia tiveram crescimento de 73% no período.
  • O Grupo Fleury S.A (FLRY3) comunicou na terça (26/05) que desenvolveu um teste diagnóstico inédito para Covid-19. De acordo com a companhia, a descoberta deve contribuir para aprofundar a análise do vírus.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil: Após a operação do Judiciário que atingiu diretamente apoiadores de Bolsonaro, o clima político continua no radar dos investidores.

  • Mundo: O pronunciamento de Trump deve provocar uma resposta do governo chinês, com possibilidade até de retaliações e agravamento da guerra comercial. Na agenda econômica, destaque para a decisão da taxa de juros pelo Banco Central Europeu e divulgação dos números do mercado de trabalho nos Estados Unidos, evento conhecido como Payroll.

Sobre o autor

Lucas Barroso

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