Olha o Gás

Olha o Gás

Resumo

  • Com a palavra, o FMI: Instituição divulga projeções de crescimento dos países para 2021 e 2022;
  • Vai bem, obrigado: Payroll mostra forte geração de empregos nos Estados Unidos e recuperação do mercado de trabalho;
  • Um olho no gás, outro no teto: Ameaça de interferências na Petrobras pelo preço do gás e preocupação com o teto de gastos marcam a semana no Brasil;
  • Destaques corporativos: Vale e Magazine Luiza são destaques entre os papeis da Bolsa;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Mundo

Com a palavra, o FMI

Seguindo o costume de projetar periodicamente o crescimento da economia global, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou na semana o conjunto mais recente de estimativas para o desempenho dos país em 2021 e 2022.

No relatório, a instituição destaca que o mundo deve crescer em torno de 6% neste ano e 4,4% no próximo, mas que essa recuperação será marcada por divergências entre os países. O diagnóstico é que o reaquecimento das economias estará condicionado ao avanço da vacinação, processo que difere muito entre as nações, ou seja, alguns países terão expansão do PIB bem mais forte que os demais.

Dentre os destaques positivos nas projeções do FMI para 2021, estão:

  • Estados Unidos: +6,4% de crescimento, acima da média global;
  • China: +8,4% apesar das estimativas modestas do próprio governo do país;
  • Índia: +12,5%, o que assume que o país puxará a locomotiva global em termos de expansão do PIB.

Por outro lado, a instituição prevê que outros emergentes como Rússia, México, África do Sul e Brasil terão um desempenho fraco, abaixo da média global.

Estados Unidos

Vai bem, obrigado

Durante o feriado da última sexta (02/04), foi divulgado o Payroll – relatório do mercado de trabalho americano – referente a março. Pelo segundo mês seguido, o resultado veio muito acima da expectativa do mercado, com forte geração de novos postos e queda na taxa de desemprego. Os números indicam que esse segmento do país está em bom ritmo de retomada.

Esse resultado é um dos dados de maior interesse dos investidores que estão de olho na recuperação americana. E o presidente Biden quer mais: em breve, democratas e republicanos devem se digladiar sobre a proposta de estímulo fiscal para a infraestrutura, cujo montante chega à casa dos US$ 2 trilhões.

Enquanto isso, o Fed divulgou a sua ata referente à última decisão de juros e o presidente do banco central, Jerome Powell, deu um pequeno discurso na reunião do FMI. Em ambas as pontas, a mesma mensagem: vai demorar ainda para que o estímulo monetário seja retirado. Segundo Powell, enquanto a vacinação não tiver avanços significativos em escala global e as variantes ameaçarem o progresso contra o coronavírus, a recuperação econômica ainda vai enfrentar muitos obstáculos.

No ritmo dos bons dados econômicos e na postura generosa do Fed, os índices de ações nos Estados Unidos renovaram suas máximas históricas e fecharam a semana com boa valorização.

Brasil

Um olho no gás, outro no teto

Em uma semana com poucas notícias corporativas, a política toma mais uma vez os holofotes. A autonomia da Petrobras (PETR3, PETR4) foi novamente posta em xeque, com o presidente da república Jair Bolsonaro afirmando ser “inadmissível” o reajuste de 39% realizado pela petroleira no gás natural. O presidente reafirmou que não irá interferir na companhia, porém que a política de preços poderia ser mudada, o que acabou sendo interpretado pelo mercado como uma sinalização de interferência, fazendo com que o preço das ações da empresa despencassem.

O governo ainda enfrentou pressão para aprovação do orçamento fiscal, porém em jantar realizado na terça-feira com grandes empresários, o presidente reiterou que não irá ferir o teto de gastos. A negociação do orçamento deve ser prejudicada pela abertura de uma CPI realizada pelo STF para apurar as ações do governo durante a pandemia. O orçamento ainda segue em negociação entre o Ministério da Economia e a Câmara dos Deputados.

O retorno do dragão? Nesta sexta-feira foi divulgado o IPCA de março, principal índice da inflação do país. O resultado foi de 0,93%, contra estimativas de 1,03%. Apesar do índice ter superado positivamente as expectativas, a inflação anualizada ficou acima das bandas delimitadas pela meta definida pelo Banco Central. Tendo conquistado a sua autonomia em 2021, especialistas acreditam ser pouco provável que o Bacen permita que a inflação anual supere a meta, o que significaria que novas altas na taxa de juros devem ocorrer.

Destaques corporativos

Disparadas

O noticiário corporativo foi marcado pelo anúncio da grande recompra de ações realizada pela Vale (VALE3), readquirindo mais de R$270 milhões em ações e ADRs (recibos de ações nos EUA) da companhia, totalizando mais de 5,3% das ações em circulação, fazendo com que os papéis da empresa disparassem.

Quem também viu suas ações decolarem foi a varejista Magazine Luiza (MGLU3), após divulgar lucro de R$219 milhões no último trimestre de 2020, superando as expectativas do mercado. O motivo para o salto no lucro foi o crescimento acelerado do e-commerce da empresa, que passou a representar mais de 65% das vendas da empresa, contra 45,3% no período anterior. A companhia ainda anunciou quatro aquisições na semana, sendo uma no setor de moda (Steal The Look), uma em e-commerce (SmartHint) e duas em delivery de alimentos (ToNoLucro e GrandChef), visando sedimentar o seu superapp.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil

    : A próxima semana contará com a divulgação do Índice de Vendas ao Varejo na terça-feira e do IBC-Br na quarta-feira dia 14 de abril. O IBC-Br é considerado uma espécie de prévia do PIB, sendo assim um importante indicador econômico. A semana conta ainda com os IPOs das hospitalares CM Hospitalar (VVEO3) na segunda-feira (12/04) e Mater Dei (MATD3) na quarta-feira (14/04), ampliando as possibilidades de investimento no setor.

  • Mundo: Vendas do varejo e licenças de construção dominam a agenda econômica nos Estados Unidos durante os próximos dias. Além disso, deve ocorrer na Nasdaq o IPO da Coinbase – corretora americana de criptomoedas – no que deve ser uma das maiores aberturas de capital da história.  

Sobre o autor

Lucas Barroso

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