O Poder das Palavras

O Poder das Palavras

Resumo

  • Discurso desanimador: fala de Jerome Powell é recebida de forma negativa pelo mercado;
  • Payroll: mercado de trabalho americano tem fevereiro positivo com resultados acima da expectativa;
  • Cenário incerto: retomada da pandemia no Brasil lança pessimismo e dúvidas sobre o crescimento do país;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Estados Unidos

O Poder das Palavras

Discurso desanimador: não seria exagero afirmar que Jerome Powell, presidente do Fed, é uma verdadeira celebridade para o mercado financeiro. Qualquer manifestação pública do banqueiro central é acompanhada de perto por investidores. A fama, porém, obriga Powell a “pisar em ovos” durante suas falas para não estressar o mercado.

Na quinta (04/03), o presidente do Fed deu um discurso no qual destacou os seguintes pontos:

  • A taxa de juros deve continuar em níveis próximos de zero em um horizonte de tempo relevante;
  • O Fed está monitorando os episódios de estresse no mercado financeiro americano, particularmente no segmento de títulos de renda fixa;
  • Espera-se uma forte recuperação do mercado de trabalho no país mediante o avanço da vacinação. A expectativa é que essa retomada do emprego conduza a expansão da economia dos Estados Unidos durante os próximos meses, mas o caminho ainda é longo.

Apesar de parecer, à primeira vista, um discurso normal, os índices de ações americanos tiveram forte queda após a fala do presidente do banco central. Parte do mercado acredita que a inflação deve subir em 2021, obrigando o Fed a elevar a taxa de juros americana apesar das promessas de Powell.

Payroll: o resultado do mercado de trabalho americano em fevereiro pareceu confirmar a expectativa de Powell sobre a recuperação desse segmento no país. O Payroll, divulgado nesta sexta (05/03) trouxe os seguintes resultados:

  • Geração de empregos: +379 mil (bem acima do esperado de +182 mil);
  • Taxa de desemprego: 6,2% (melhor que o projetado de 6,3%);

O resultado foi considerado positivo e apresentou uma melhora significativa em relação ao mês anterior. Um fator que pode ter contribuído para o dado foi a redução do número de casos diários da Covid-19 nos Estados Unidos, potencializada pelo processo de vacinação que tem ocorrido em ritmo forte no país. Com essa combinação, medidas de lockdown foram reduzidas e empresas puderam voltar a funcionar, contratando mais trabalhadores no período.

Mercado financeiro: As bolsas americanas fecharam a semana no positivo, apesar temores relacionados ao aumento da inflação:

  • S&P 500: o principal índice americano subiu +0,78% no período;
  • Dow Jones: o índice das maiores empresas dos Estados Unidos teve alta de +1,83% na semana;
  • Nasdaq: o índice das empresas de tecnologia do país caiu -2,06%.

Brasil

Cenário Incerto

Pandemia: O Brasil teve nessa semana o seu pior momento em relação à pandemia de coronavírus. Na quarta (05/03) foi registrado o recorde diário de mortes desde o início da Covid-19 em território nacional, e os números continuam altos desde então. O que agrava o cenário é que, segundo estimativas, grande parte dos novos casos é de variantes com potencial de infecção maior que a primeira versão conhecida da doença.

O processo de vacinação no país, que nesse momento alcança idosos na faixa etária de 80 anos, ainda não foi suficiente para amenizar o avanço da vírus. Existem discussões na esfera política para a adoção de restrições mais duras e lockdown nas regiões mais afetadas pela recente onda de novos casos.

Economia e Auxílio Emergencial: Diante desse quadro preocupante, a expectativa é que a economia brasileira sofra ainda mais para se recuperar em meio ao caos da saúde. Com a retomada das quarentenas, muitos negócios terão que funcionar em escala reduzida e o desemprego pode subir ainda mais.

Nesse contexto, o Senado aprovou em 1º turno a PEC Emergencial, que prevê mecanismos caso o teto de gastos seja ultrapassado. A proposta abre a possibilidade de retomada do auxílio emergencial com parcelas reduzidas por quarto meses.

Após a aprovação, o Ministro Paulo Guedes comemorou o resultado e destacou que “sem saúde, não há economia”.

O receio com a situação das contas públicas ainda pesa na avaliação dos investidores. O CDS Brasil, que calcula uma probabilidade implícita do país não honrar o pagamento da sua dívida, acumula alta de quase 38% em 2021.

Banco Central: A instituição responsável pela política monetária se encontra em situação delicada diante desse cenário, pois o COPOM pode ter de elevar a taxa de juros já na próxima reunião, daqui a cerca de 10 dias. Justificado pela inflação e risco fiscal, esse aumento pode ocorrer em meio a uma crise que pode ser agravada pelos fatores discutidos anteriormente. O cenário ainda é de muita incerteza no país.

Bolsa de Valores: O Ibovespa fechou a primeira semana de março em alta (+4,79%), a 115,302 pontos. O dólar ganhou força frente ao real no período e fechou cotado a R$ 5,68.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil

    : Nos próximos dias será publicada a taxa de inflação(IPCA) do mês anterior e vendas no varejo referentes a janeiro.

  • Mundo: Na próxima semana ocorrerá a divulgação do PIB da Zona do Euro e decisão de taxa de juros pelo Banco Central Europeu. 

Sobre o autor

Lucas Barroso

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