O perigo delta

O perigo delta

Resumo

  • Variante que preocupa: Cepa mais transmissível da Covid coloca o mundo em alerta;
  • Bate e volta: Dólar sobe mais de 6% frente à moeda brasileira em 10 dias e volta acima dos 5 reais;
  • Destaques corporativos: Troca de comando na Amazon e reajuste da gasolina pela Petrobras;
  • Radar do mercado: Temas e eventos para ficar de olho.

Mundo

Variante que preocupa

A existência de variantes da Covid-19 é um fato conhecido e a boa notícia é que, até o momento, os estudos indicam que as vacinas são eficazes contra essas cepas do vírus.

Recentemente, no entanto, a variante delta, descoberta na Índia em outubro de 2020, passou a preocupar autoridades e governos mundo afora. Pelo menos um caso decorrente dessa cepa foi identificado em diversos países, inclusive no Brasil. Em territórios como o do Reino Unido, Israel, México e Bélgica, ela já é considerada a variante predominante do coronavírus.

Um fato que se sabe sobre essa cepa é de que ela é mais transmissível. Por isso atribui-se a ela a explosão de casos em algumas regiões da Europa e Estados Unidos. Apesar dessa característica perigosa, ainda não é possível afirmar se essa variante é mais letal de fato.

Classificada pela OMS como preocupação global, essa variação do vírus tem causado o receio de novas ondas mesmo em meio ao avanço da vacinação. Algumas cidades da China e Austrália já adotaram o lockdown para conter a disseminação da cepa. O Reino Unido, que planejava relaxar as restrições e a exigência de máscaras, deu um passo atrás e adiou essa concessão em 4 semanas.

Os potenciais efeitos negativos de uma nova rodada de quarentenas parciais mundo afora não passaram despercebidos pelo mercado. Mesmo com a semana mais curta nos Estados Unidos devido ao feriado de segunda (05/07), o VIX – índice de volatilidade esperada do mercado americano – subia mais de 20% até essa quinta (08/07). Amanhã ainda tem pregão por lá.

Brasil

Bate e volta

Durou pouco o dólar abaixo de 5 reais. Após semanas consecutivas de queda, chegando a alcançar o patamar de R$ 4,90, a divisa americana passou a ganhar força e já acumula alta superior a +6% nos últimos 10 dias.

Fatores externos não podem ser ignorados nesse movimento. O dólar de fato ganhou terreno frente aos seus pares internacionais no período, mas a depreciação do real brasileiro foi mais aguda. Uma possível causa para esse ocorrido é a renovada tensão política, não só centrada na CPI da Covid, mas também nas suspeitas de corrupção em torno da compra de vacinas e os protestos contra a atual administração.

Além disso, a proposta de reforma tributária foi considerada “indigesta” pelo mercado e a prorrogação do auxílio emergencial – justificada por Guedes como necessária enquanto não houver vacinação em massa – foi recebida com desconfiança dado o potencial populista da proposta. Esse caldo de tensão aumenta o grau de incertezas no Brasil, algo que se reflete bastante na taxa de câmbio.

No que depender do Banco Central, o real vai ganhar uma forcinha com a alta da SELIC nas próximas reuniões, até mesmo porque a inflação continua acima da meta buscada pela instituição: 8,35% nos últimos 12 meses após leitura do IPCA de junho. O resultado teve grande contribuição da energia elétrica e gasolina.

O problema é que mesmo com a atuação do Bacen na frente monetária, o risco-país pesa na avaliação dos investidores e pode dificultar uma apreciação do real no curto prazo, como a que ocorreu em junho.

Destaques corporativos

Troca de comando

Jeff Bezos não é só o fundador da Amazon (AMZN34), mas também o rosto da companhia. Essa imagem emblemática, no entanto, terá uma mudança. Bezos continua vinculado à gigante americana, mas o CEO agora é outro: Andy Jassy. O novo executivo está na empresa há 24 anos e foi uma das peças fundamentais para o negócio mais lucrativo do grupo atualmente: a Amazon Web Services (AWS).

Pela primeira vez sob a gestão de Joaquim Luna e Silva, a Petrobras (PETR3; PETR4) fará um reajuste no preço da gasolina (6,3%) e diesel (+3,7%). O aumento supera os dois cortes realizados pela estatal com o novo CEO e reflete a valorização do petróleo no mercado internacional.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil

    : A tensão política e os desdobramentos da CPI da Covid continuam no radar do mercado em uma agenda com poucos dados econômicos.

  • Mundo: Na próxima semana será divulgada a taxa de inflação americana, evento que tem sido acompanhado cada vez mais de perto pelo mercado devido à importância do número para o Fed.

Sobre o autor

Lucas Barroso

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