O elefante na sala
O elefante na sala
Resumo
- O elefante na sala: Fed mantém postura sobre estímulos, mas está de olho na inflação;
- Descendo a ladeira: Mercado de criptomoedas sofre na semana com notícias negativas;
- Olho na CPI: Depoimentos de ex-ministros adicionam ruído ao cenário político nacional;
- Destaques corporativos: SmartFit e TradersClub na fila de IPOs, mudanças na Cielo e notícia boa para a Petrobras;
- Radar do mercado: Temas e eventos para ficar de olho.
Estados Unidos
Hora de desinchar o balanço?
No decorrer da semana foi divulgada a ata do Fed, documento que detalha um pouco do que passou na cabeça dos membros do comitê durante a última decisão de juros (27/04 – 28/04).
Pelo exposto no comunicado, não é só o mercado que tem demonstrado incômodo com os níveis atuais de inflação. Alguns membros do comitê enxergam um rápido progresso da economia americana em direção ao cenário buscado pelo banco central, o que abre a possibilidade de uma redução de estímulo monetário no médio prazo para evitar um “superaquecimento”.
Em nenhum momento o comitê sinalizou o aumento na taxa de juros, mas sim o ajuste no ritmo de compra de ativos, um dos mecanismos utilizados pelo banco central para prover mais estímulos. O balanço do banco central está na máxima histórica, retrato do volume de liquidez que a instituição tem dado aos mercados.
Os membros do comitê mantiveram sua posição de que a alta da inflação é esperada e resulta de fatores como gargalos logísticos e demanda reprimida, mas que terá efeito temporário (visão que boa parte do mercado financeiro discorda).
Ou seja, o elefante do juro baixo e estímulo monetário do Fed continua na sala.
Crypto
Ladeira abaixo
A semana passada já não foi fácil para as criptomoedas após o anúncio por Elon Musk de que a Tesla (TSLA34) não receberia mais pagamentos em Bitcoin.
Nos últimos dias, a China divulgou novas restrições sobre serviços relacionados às criptomoedas, regulação que atinge instituições financeiras e empresas de meios de pagamento do país. Essa atuação não é novidade: a potência asiática já estabeleceu proibições semelhantes em 2017.
A combinação dessas notícias formou a tempestade perfeita para o mercado crypto, que teve uma das piores semanas da sua história. Bitcoin e Ethereum chegaram a registrar queda de aproximadamente -50% no período.
Consequentemente, o HASH11 sofreu: queda de -% na semana.
Haja coração (e estômago) para investir nesse mercado.
Brasil
Olho na CPI
CPI da Pandemia: Em uma semana fraca em indicadores econômicos e dados corporativos, o noticiário se voltou principalmente para a política, focando-se nos depoimentos da CPI que apura se houve negligência do governo federal no gerenciamento da pandemia da Covid-19.
Ainda que os depoimentos dos ex-ministros de Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Eduardo Pazuello (ex-ministro da Saúde) não tenham motivado um sell-off na bolsa brasileira, o risco político motivado pelos depoimentos que podem incriminar o presidente da repúblico certamente foi responsável por impedir que o Ibovespa se recuperasse nos pregões de quinta e sexta-feira no mesmo ritmo que outros índices internacionais, que sofreram na quarta-feira com os temores de inflação nos EUA.
Destaques corporativos
Novos pedidos de IPO
Se muitas empresas têm cancelado suas ofertas primárias de ações por não conseguirem obter um valuation que considerem atrativo, ainda há quem pense ser um momento atrativo para realizar sua abertura de capital. É o caso da SmartFit e do TradersClub, que protocolaram seus pedidos para IPO nesta semana. Apesar de ter sofrido bastante com a pandemia, a rede de academias SmartFit pretende realizar a abertura de capital para prosseguir com seus planos de expansão. Já a plataforma de notícias para investidores TradersClub se beneficiou do aumento da participação de pessoas física na bolsa de valores e espera expandir sua gama de produtos além de aumentar seus investimentos em marketing.
Cielo: tempo fechado ou ares de mudança
Antes queridinha dos investidores, a Cielo (CIEL3) hoje sofre com a proliferação de concorrentes de alto nível, como Stone, Mercado Pago, além da Rede, ramo de adquirência do Itaú (ITSA4). Se o cenário para a companhia já parecia difícil, nesta semana uma nova incerteza pairou sobre a empresa, com a renúncia do então CEO Paulo Caffarelli. A renúncia do presidente teria ocorrido por desavenças com o governo federal, que através do Banco do Brasil (BBAS3) é um dos controladores da companhia, junto ao Bradesco (BBDC4). Com a saída de Caffarelli, a presidência da Cielo é assumida por Gustavo Sousa, antes vice-presidente de finanças e relações com investidores da empresa.
Petrobras: recuperação bilionária
A decisão judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) de excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e do Cofins, a Petrobras (PETR4) pode recuperar até R$4,4 bilhões via compensação de tributos. A notícia foi bem recebida pelos investidores da companhia, que já vinha com a divulgação de um excelente balanço referente ao primeiro trimestre do ano, surpreendendo positivamente os analistas.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: A semana conta com divulgação do IPCA-15, índice de confiança do consumidor e dados de emprego do CAGED na terça-feira dia 25/05. Na quinta-feira é divulgado o índice de desemprego e na sexta-feira dia 27 é divulgado o IGP-M de maio, principal índice de inflação utilizado para reajuste de aluguéis.
- Mundo: Na próxima semana, indicadores relevantes da economia americana serão divulgados, com destaque para o PIB do primeiro trimestre e a inflação medida pelo PCE, este último monitorado pelo Fed para a condução da política monetária.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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