Novo recorde
Novo recorde
Resumo
SELIC a 2,25%
: comitê do Banco Central realiza novo corte na taxa de juros, renovando a mínima histórica;
- Não perca a conta: Weintraub deixa o Ministério da Educação em meio à polêmicas com o Judiciário;
- Compromisso reafirmado: após encontro no Havaí, representantes chineses confirmam o compromisso de comprar produtos americanos;
- Mais estímulo: líderes europeus aprovam mais um pacote bilionário de estímulo para a economia da região;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Brasil
Nova mínima (e pode vir mais)
SELIC a 2,25%… O mercado já esperava esse corte, mas o nível da taxa de juros no Brasil não deixa de chamar a atenção. Na decisão de quarta (17/06), o Comitê de Política Monetária do Banco Central promoveu uma redução de 0,75% na SELIC, trazendo a taxa de 3,00% para 2,25%, nova mínima histórica. No comunicado da decisão, o comitê parece ter deixado a porta aberta para um novo corte no futuro, ainda que pequeno. Resta aguardar a ata da reunião, que será divulgada no dia 23/06.
Reação dos mercados… A redução da taxa de juros é considerada, na maioria das vezes, um evento positivo para o mercado de renda variável. Atualmente, o rendimento dos dividendos de ações da bolsa já supera a taxa de juros, indicando um cenário inédito para o investidor brasileiro. O Ibovespa fechou a semana em território positivo, com alta de +4,07%.
Por outro lado, a taxa de juros mais baixa torna o Brasil menos atrativo para o investidor, o que pressiona o dólar frente ao real por causa da saída de recursos. Nesta semana, a divisa americana voltou a operar acima dos R$ 5,00, fechando em R$ 5,32.
Não perca a conta… Se em time que está ganhando não se mexe, a equipe ministerial do atual governo parece não estar jogando bem. Nesta semana foi confirmada a saída de mais um ministro, Abraham Weintraub, da Educação. O agora ex-funcionário da administração Bolsonaro ficou marcado pelos ataques verbais aos integrantes do Supremo Tribunal Federal.
Contando com Weintraub, já são 12 mudanças no primeiro escalão do governo Bolsonaro. Além disso, a prisão de Fabrício Queiroz, pessoa próxima da família do presidente e ex-assessor de um dos seus filhos, elevou a temperatura no caldo político de Brasília, tensão que pode se refletir no mercado financeiro.
Estados Unidos x China
Compromisso reafirmado
Conversa em dia… após um encontro entre líderes chineses e americanos realizado no Havaí durante a semana, representantes da potência asiática reafirmaram o compromisso referente à compra de produtos dos Estados Unidos, conforme firmado no acordo parcial de janeiro. Nos primeiros quatro meses deste ano, apenas 13% de volume de compra para 2020 por parte da China foi realizado. O tom conciliador contribuiu para a melhora do sentimento dos investidores no decorrer da semana.
As economias dos gigantes… dados industriais da China, divulgados no início da semana, vieram piores do que o esperado. Além disso, o país está lutando contra uma segunda onda de casos de coronavírus na sua capital.
Enquanto isso, as vendas do varejo nos Estados Unidos tiveram alta de mais de 17% em maio, melhor resultado da história no segmento. Por outro lado, os pedidos de seguro-desemprego vieram além do esperado, totalizando mais de 1,5 milhão, contra uma expectativa de 1,3 milhão.
Cenário internacional
Mais estímulo
Contando conosco… líderes europeus promoveram um acordo inicial para a liberação de um pacote de estímulo de 750 bilhões de euros para fortalecer a economia da região, que tem dado início à retomada econômica. A aprovação final deve ocorrer ainda no mês que vem, mas a presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, avisou que a performance positiva dos mercados nos últimos dias está condicionada a esse tipo de estímulo, tornando esse acordo final de grande importância.
Tensões geopolíticas… Índia e China são duas forças importantes na Ásia, e o atrito entre os dois poderes não é de hoje. No decorrer da semana, um conflito entre soldados indianos e chineses na fronteira entre os dois países causou baixas em ambos os lados e elevou a tensão na região. A China, que já tem problemas maiores com os Estados Unidos, não se mostraram interessada em escalar a tensão com o país vizinho, mas esse evento pode ter consequências no futuro.
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
A
Cielo S.A (CIEL3
)
anunciou na última segunda (15/06) a viabilização de pagamentos através do aplicativo WhatsApp, em parceira com o Facebook;
- A Via Varejo S.A (VVAR3) realizou na segunda (15/06) a captação de R$ 4,45 bilhões com a emissão de 297 milhões de ações, precificadas a R$ 15,00 na ocasião.
- A JBS S.A (JBSS3) informou na terça (16/06) que a agência de classificação de risco Fitch elevou a classificação da empresa de BB para BB+, com perspectiva estável.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Após mais um corte na taxa de juros, em linha com o esperado, o mercado estará de olho na ata do COPOM, que será divulgada na próxima semana. A expectativa é que o documento contenha sinais dos próximos passos da política monetária nacional. Além disso, o cenário político continua no radar dos investidores.
- Mundo: Apesar do entendimento entre chineses e americanos e dados positivos da economia dos Estados Unidos, o aumento de casos de coronavírus após a reabertura das economias, principalmente na China, impõe um tom de cautela nos mercados, podendo refletir na volatilidade dos ativos durante os próximos dias.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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