Mergulho
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Resumo
- Dia de pânico: bolsas internacionais sofrem com temores de investidores por segunda onda de casos de coronavírus;
- Projeção pessimista: Banco Mundial estima uma queda de -5,2% no PIB global e traça cenário ainda pior em caso de segunda onda de casos;
- Por mais tempo: Fed mantém taxa de juros americana entre 0% e 0,25%, indicando que ela deve permanecer nesse nível até 2022;
- Cautela: economias reabrem de olho na possibilidade de novas infecções;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Mercados internacionais
Dia de pânico
Bolsas em queda… Na última quinta (11/06), índices mundiais tiveram forte queda, com o S&P 500 caindo -5,89% e o Dow Jones fechando com -6,90% de variação. O pregão foi o pior das bolsas internacionais desde março, refletindo a preocupação dos investidores com uma segunda onda de casos de Covid-19 após a reabertura das economias. Houve aumento no número de infectados em alguns estados americanos após a retomada parcial das atividades.
E o Ibovespa? Durante o dia de pânico, a bolsa brasileira estava com a porta fechada para o urso devido ao feriado de Corpus Christi. A correção lá fora, no entanto, veio para o Ibovespa nesta sexta (12/06), com o índice caindo -2,15% e fechando a semana em terreno negativo, com desvalorização de -2,10%, aos 92.651 pontos. O dólar interrompeu sua trajetória de queda e fechou em R$ 5,04.
O movimento desta semana frustrou muitos investidores que estavam de olho no topo, já esperando o Ibovespa chegar a 100.000 pontos. Porém, o cenário econômico mundial ainda é de incerteza em torno da pandemia de coronavírus.
Estimativas econômicas
Projeção pessimista
Falando em incerteza global… o Banco Mundial (World Bank) divulgou no decorrer da semana suas projeções para a economia mundial:
- Mundo: Segundo o órgão internacional, a economia mundial deve encolher -5,2% em 2020, com uma recuperação de +4,2% em 2021;
- Estados Unidos: a projeção para a economia americana é de -6,1% neste ano;
- China: a potência asiática deve crescer +1,0% segundo a estimativa, bem abaixo dos resultados acima de 6,0% obtidos nos últimos anos;
- Brasil: A economia brasileira deve sofrer uma queda de -8,0% segundo o estudo, projeção pior que a do último Relatório FOCUS, que está em -6,5%. Nesta semana, foi divulgado o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) com deflação de -0,38% em maio, resultado que reflete uma economia fraca devido ao impacto do coronavírus. A contração do PIB brasileiro só não é pior que o projetado para a Zona do Euro no relatório do Banco Mundial.
Política monetária
Por mais tempo
Próximo de zero… na última quarta (10/06), o comitê de política monetária do Fed (FOMC) decidiu manter a taxa de juros dos Estados Unidos entre 0% e 0,25%. Como de costume, o presidente da instituição, Jerome Powell, discutiu o cenário da economia americana, afirmando que o banco central está pronto para ajustar sua política conforme necessário. Além disso, Powell sinalizou que o Fed não deve subir juros até 2022.
Após diversos estímulos de natureza monetária e fiscal, alguns segmentos da economia dos Estados Unidos começam a demonstrar sinais de recuperação, principalmente o mercado de trabalho. Após um resultado melhor que o esperado no Payroll na sexta passada, os pedidos de seguro-desemprego vieram abaixo da expectativa pela primeira vez desde o início da crise (resultado de 1,54 milhões x estimativa de 1,6 milhões).
Coronavírus
Cautela
Algumas economias têm levado adiante a reabertura gradual das atividades apesar dos temores de uma segunda onda de infecções. O ritmo de contágio teve uma queda significativa nos Estados Unidos e na Europa.
Enquanto isso, o número de casos bate recordes diários no Brasil, que já ultrapassou a marca de 41.000 mortos. Mesmo com essas estatísticas, vários estados começaram a promover a abertura do comércio.
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A Braskem S.A (BRKM5) reportou na última quarta (10/06) a renovação do contrato de fornecimento de nafta petroquímica para unidades da companhia na Bahia e Rio Grande do Sul com a Petrobras (PETR3; PETR4) por aproximadamente cinco anos;
- A Vale S.A (VALE3) anunciou na quarta (10/06) a celebração do acordo final na ação coletiva referente à Samarco, movida por detentores de ADRs (American Depositary Receipts) da companhia, no valor de US$ 25 milhões de dólares.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil: Na próxima semana, o evento mais importante é a decisão de taxa de juros pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central. Com a deflação registrada em maio e a necessidade de estímulo para a economia brasileira, a projeção é de mais um corte na SELIC, renovando a mínima histórica.
- Mundo: Resultados de produção industrial na China abrirão a próxima semana indicando se a potência asiática tem se recuperado nos últimos meses. Além disso, dados do varejo nos Estados Unidos serão observados de perto pelos investidores. No radar do mercado, permanece a cautela com a possibilidade de novos casos de coronavírus após a reabertura gradual das economias.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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