Do fundo ao topo
Do fundo ao topo
Resumo
- Em busca do topo: Ibovespa interrompe sequência de meses negativos e se aproxima da máxima histórica;
- Passagem de bastão: Administração de Trump autoriza início de transição para o governo Biden;
- Mês do touro: Novembro pode se tornar um dos maiores períodos de alta na história das bolsas internacionais;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Brasil
Em busca do topo
Em um ano marcado pela maior crise desde 2008, o Ibovespa teve desvalorização de quase -50% em 42 dias, saindo da máxima de 119.535 pontos em 23/01 para 63.570 pontos em 23/03, considerando os valores de fechamento do pregão. Com um tombo tão significativo, a ideia do índice de ações brasileiro retomar as perdas e fechar 2020 próximo de sua máxima histórica parecia distante, mas no momento essa possibilidade está longe de ser absurda.
O Ibovespa fechou a semana em . pontos e caminha para o melhor mês em termos de valorização percentual dos últimos 20 anos. Deste ponto até o topo histórico, a distância é de aproximadamente +7%. Com a perspectiva de avanço no processo de vacinação contra Covid e recuperação gradual da atividade econômica brasileira, existe a possibilidade da bolsa fechar o turbulento ano de 2020 em território positivo, mas para isso terá que apresentar uma ótima performance em um mês recheado de recessos e com baixa liquidez.
A equipe econômica do governo certamente vislumbra essa possibilidade já que a perspectiva é de que a economia do Brasil se recupere em V, o que deve influenciar de forma positiva a bolsa. Enquanto isso, as agências de classificação de risco e o Banco Central alertam para o risco vinculado à situação das contas públicas, que é o “elefante na sala” do momento.
Na semana, o índice do mercado brasileiro e o dólar tiveram a seguinte performance:
- Ibovespa: o índice fechou a 110.610 pontos, com alta de +4,31% no período;
- Dólar: a divisa americana teve leve queda frente ao real e fechou em R$ 5,33.
Mercado de trabalho: foi divulgada durante a semana a taxa de desemprego do país entre os meses de julho e setembro. O resultado no período foi de 14,6%, maior taxa registrada na série histórica do IBGE, com início em 2012. Um dado mais recente, no entanto, aponta que a geração de empregos em outubro foi de 395.000, acima da expectativa de 233.500, resultado positivo e celebrado pelo Ministério da Economia.
Estados Unidos
Passagem de bastão
Após uma eleição polêmica e polarizada nos Estados Unidos, o presidente Trump dá sinais de que está começando a ceder o terreno e admitir a vitória definitiva de Joe Biden. A administração atual permitiu o acesso da futura equipe presidencial a relatórios de inteligência do governo americano, um gesto que abre as portas da Casa Branca, ainda que lentamente, para o político democrata e o seu time de ministros.
Mesmo assim, o presidente Trump ainda não se deu completamente por vencido e afirmou que reconhecerá o resultado apenas se o Colégio Eleitoral, o grupo que de fato elege o mandatário americano, confirmar que Biden é o vencedor. Em conversa com os jornalistas por ocasião do feriado de Ações de Graças, Trump reiterou sua posição de que a eleição foi fraudulenta.
Passado o calor da disputa eleitoral, o presidente chinês Xi Jinping parabenizou Joe Biden e declarou em nota oficial que “espera um espírito de respeito mútuo e cooperação entre Estados Unidos e China”, que hoje estão em lados opostos de uma disputa comercial, tecnológica e estratégia.
Dados econômicos: no decorrer da semana foi divulgado o PIB dos Estados Unidos referente ao terceiro trimestre deste ano, com expansão recorde de +33,1%, em linha com o esperado pelo mercado. Outros dados do setor imobiliário vieram acima da expectativa. Por outro lado, o número semanal de pedidos de seguro-desemprego ficou em 778 mil, resultado que não só é expressivo e acima do esperado (730 mil), como também representa um aumento em relação ao resultado da semana anterior (748 mil).
Mercado financeiro
O mês do touro
Faltando apenas um pregão para o encerramento de novembro, já é possível afirmar que este mês foi um dos melhores para as ações globais na história. Ainda assim, a percepção é de que o bom sentimento dos investidores e apetite ao risco estão apoiados em uma base frágil, uma vez que a pandemia ainda ameaça a maioria dos países e pode desacelerar a recuperação econômica mundial, pelo menos enquanto as vacinas não chegarem à população.
Estados Unidos, Brasil e alguns países europeus têm enfrentado repiques no número de casos de Covid, mas as notícias positivas sobre a eficácia de vacinas em fases finais de teste superaram a preocupação dos investidores e impulsionaram as bolsas mundiais no decorrer de novembro. Além disso, o resultados das eleições americanas também parece ter agradado os mercados.
Com o feriado de Ações de Graças nos Estados Unidos na quinta e sexta, a liquidez das bolsas foi menor que a média, mas os índices internacionais tiveram boa performance no período:
- S&P 500: o principal índice americano subiu +2,31% no período;
- Dow Jones: o índice das maiores empresas dos Estados Unidos teve alta de +2,21% na semana;
- Euro Stoxx 50: o índice representativo do mercado europeu subiu +1,74% no período;
- Nikkei 225: o índice acionário do Japão teve leve alta de +4,38% na semana.
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A Telefônica Brasil (VIVT3) informou na segunda (23/11) que concluiu a conversão das ações preferenciais em ordinárias, o que reforça, segundo a companhia, a sua Governança Corporativa;
- A Marfrig S.A (MRFG3) anunciou na segunda (23/11) que a agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito da companhia para Ba3 (anterior B1), ainda em escala especulativa;
- A BRF S.A (BRFS3) divulgou na terça (24/11) que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s reafirmou o rating da Companhia em AA+ (escala nacional) elevando a perspectiva de estável para positiva;
- O Itaú Unibanco Holding S.A (ITUB4) informou na quinta (26/11) que o seu Conselho de Administração aprovou a cisão da Companhia com objetivo de segregar o seu investimento na XP Inc.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Após os resultados do mercado de trabalho, será divulgado na próxima semana o PIB brasileiro referente ao terceiro trimestre deste ano, resultado que deve demonstrar se de fato a economia doméstica está se recuperando de forma contundente após a pior fase da pandemia.
- Mundo: Logo no início da semana serão divulgados os resultados da indústria chinesa em Novembro. Além disso, dados de atividade econômica da Zona do Euro e do Payroll nos Estados Unidos darão indícios do panorama de recuperação para economias que estão enfrentando uma segunda onda de coronavírus em seus territórios.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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