Desempenho de setembro
Desempenho de setembro
É comum, historicamente falando, que setembro não seja um bom mês nos mercados do mundo todo. Costuma ser, na média das últimas décadas, o pior dos meses para retomada nas bolsas. E em 2021 não foi diferente. Com o crescimento da incerteza global pelo aumento da inflação ao redor do mundo, as taxas de juros devem seguir o mesmo caminho com projeções de alta para 2022. Em contrapartida, vários países começaram a abrir suas fronteiras, o que deve fomentar o crescimento econômico no médio prazo.
Nos Estados Unidos a inflação seguiu sua projeção e continua elevada em patamares acima de 5%, como tem sido nos últimos meses. Níveis semelhantes que ocorreram pela última vez no país em 2008, em um cenário superaquecido pré crise. Especialistas começam a especular a possibilidade de estagflação (Aumento da inflação acompanhado de baixo crescimento). Um dos motivos dessa alta nas taxas está relacionado com o grande aumento da quantidade de moeda em circulação, resultante da política americana para contenção dos danos causados pela pandemia.
Apesar do otimismo inicial de Jerome Powell, presidente do FED, nos últimos meses, em não aumentar a taxa de juros em antecipação ao aumento da inflação, a autoridade declarou que se vê frustrado com os gargalos e problemas apresentados na cadeia de suprimentos dos Estados Unidos, mas que ainda acredita que a alta na inflação é um fenômeno passageiro, porém que deve se estender até 2022. (“Inflation is elevated and will likely remain so in coming months before moderating”).
As taxas de juros continuam entre 0% e 0,25%, porém o FED dá indícios que começará a reduzir o programa de estímulos ainda esse ano.
Na China, o destaque fica com a gigante do mercado imobiliário, Evergrande, que perdeu grande parte de seu valor na bolsa de Hong Kong, com a queda acumulada (desde janeiro) passando dos 80% e um endividamento astronômico de US$ 300 bilhões que financiou o crescimento da empresa desde sua fundação em 1996. O governo chinês, deu indícios de que interviria somente para minimizar o impacto da quebra da empresa, ou seja, sem intenção de resgatar a Evergrande, mas sim, mantendo seu objetivo de reduzir os riscos e especulações no setor. A ameaça de inadimplência associada ao grupo impactou o mercado mundial na segunda quinzena de setembro, sugerindo o estouro de uma bolha com potencial para abalar países emergentes que dependem da exportação de commodities para a China (como o Brasil).
Cenário Nacional
Em terras tupiniquins a bolsa segue a movimentação mundial e fecha o mês em queda de 6,74%, com a mínima batendo a casa dos 107.900 pontos. Esse foi o pior desempenho desde março de 2020, referente ao início da pandemia de COVID-19. Muitos fatores são responsáveis pelo mau desempenho, dentre eles podemos destacar a incerteza mundial somada à provável prorrogação do auxílio emergencial, o que abateu a confiança dos investidores na velocidade de retomada.
A inflação no Brasil ainda é assunto recorrente e não dá indícios que vai ser diferente nos próximos meses. Vários dos principais setores apresentaram altas, destacando-se o de combustíveis, com a gasolina apresentando aumento de 2,85%, Etanol 4,55%, Gás Veicular 2,04% e o Diesel 1,63%. Com isso, o Copom (Comitê de Política Monetária) eleva pela quinta vez seguida a projeção da taxa de juros básica da economia (Selic), dessa vez em 1 p.p., chegando em 6,25%, sendo esse o maior nível dos últimos dois anos. O aumento está diretamente relacionado à inflação e é uma das medidas que os governos têm para reter o dinheiro em circulação e tentar assim frear o seu avanço.
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Agile Invest BDR: +6,31%
Em mais um mês de queda no Ibovespa (-6.74%), a carteira Agile Invest BDR teve o melhor desempenho em setembro com 6,31% de alta.
Dentre os ativos na composição do portfólio em setembro, os destaques foram TSL34 (Tesla), que subiu +11,59% no período, e SNEC34 (Sony), que teve alta de +12,36% no mês.
O resultado da carteira ratifica a importância da exposição internacional no contexto de um portfólio bem diversificado.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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