Enquanto os números de contágio da COVID-19 aumentam devido aos feriados de final de ano, diversos países começam o processo de vacinação em massa da população. O congresso americano finalmente chega a um consenso e aprova um pacote de estímulos de 900 bilhões de dólares – contando com um estímulo de 600 dólares para a população. A tendência de rotação de ativos de growth para value se mantém, ocasionando uma forte alta do índice Ibovespa no mês.

A americana Pfizer/BioNTech foi a primeira farmacêutica a receber permissão de orgãos reguladores de saúde para utilizar sua solução com caráter de emergência, começando assim o processo de imunização da população. Nesse momento, também já foram aprovadas vacinas da Moderna e Oxford/AstraZeneca. O número de casos retoma um crescimento acelerado devido aos feriados de final de ano e preocupam os governos – diversos países já anunciaram novos lockdowns para conter o forte aumento repentino de casos. No Brasil ainda não há previsão para o início da população.

No cenário econômico nacional, dezembro foi um mês de forte entrada do capital estrangeiro no mercado, fortalecendo ainda mais a rotação de ativos de growth para value. O aparente início de um novo ciclo de commodities fortalece algumas das principais empresas do índice Ibovespa, que mantém seu viés de alta.

🇧🇷 Brasil(%)

🌎 Mundo (%)

Carteiras Recomendadas

Desempenho acumulado

Desempenho no mês

Investimento Geral

Desempenho acumulado

Desempenho no mês

Destaques positivos

Blue Chips comandam forte alta do índice

Exame Ações | Nova Futura: Vale S.A (VALE3) +17,26%

A Vale S.A (VALE3) é uma multinacional brasileira do segmento de metais e mineração que também atua na parte de operações logísticas em território nacional.

Uma das empresas com maior peso no Índice Ibovespa, a Vale S.A têm desfrutado de uma recuperação vigorosa, com a sua ação obtendo valorização superior a 200% desde a mínima registrada em março, no ápice da crise na Bolsa. De lá até dezembro, os papéis da Vale se beneficiaram do movimento de apreciação das commodities, incluindo o minério de ferro, do qual a companhia é a maior produtora mundial. As ações da companhia fecharam o mês na máxima histórica.

Exame Ações | Nova Futura | Foleo Invest: Petrobras S.A (PETR3; PETR4) +16,10%

A Petrobras S.A é uma companhia pública do setor de petróleo com presença internacional e atuação em toda a cadeia produtiva da commodity.

Após uma profunda queda no preço no início de 2020, o barril de petróleo teve uma expressiva valorização no restante do ano com a retomada da atividade econômica global e controle de produção pela OPEP+. Esse cenário beneficiou as ações da Petrobras, que tiveram forte apreciação em dezembro, quase zerando as perdas do período.

ETF de Renda Fixa (FIXA11) +3,06%

O FIXA11 é um fundo de índice de renda fixa gerido de forma passiva e que, em dezembro, obteve retorno superior a diversas ações. Sob gestão da Mirae Asset, o FIXA11 é o primeiro ETF de renda fixa da bolsa brasileira e está atrelado a um índice composto por contratos de DI futuros. O principal benefício do FIXA11 é o aumento do grau de diversificação de uma carteira composta por ações, além do baixo custo com taxas devido à gestão passiva do ETF.

Destaques negativos

Rotação de Growth para Value afeta small caps

Nova Futura: Via Varejo S.A (VVAR3) -8,90%

A Via Varejo é uma das maiores empresas do setor de consumo cíclico, tendo forte autação no segmento de móveis e eletrodomésticos.

Uma das sensações da Bolsa em 2020, a Via Varejo chamou a atenção dos investidores por ser um exemplo de turnaround bem sucedido. Nesse contexto, as ações da companhia tiveram forte apreciação no decorrer do ano passado, mas fecharam o ano com desempenho negativo, enquanto grande parte dos ativos de renda variável subiam.  

Eleven: Marfrig S.A (MRFG3) -2,59%

A Marfrig S.A é uma multinacional do setor de alimentos, especializada em proteína animal. A companhia é a segunda maior do país nesse segmento de atuação.

Por integrar uma indústria atingida de forma contundente pela pandemia, as ações da Marfrig oscilaram entre altos e baixos e forte grau de volatilidade. Apesar de fecharem o ano em território positivo, os papéis da companhia tiveram leve baixa em dezembro, destoando do Ibovespa.

Próximo mês

De olho em janeiro

O mês de janeiro marca o início do governo Biden nos Estados Unidos, tema muito importante para os investidores que esperam projetar cenários sobre a relação entre americanos e chineses na disputa tecnológica e comercial. Em relação à pandemia, o início da vacinação representa um ponto positivo, no entanto, variantes mais contagiosas da Covid-19 podem aprofundar a crise sanitária e ameaçar a recuperação socioeconômica global. Notícias de lockdown parciais e restrições em vários países devem ocorrer ainda durante este mês. 

No Brasil, o mês representa o fim do auxílio emergencial, iniciativa fiscal cujo objetivo foi reduzir o impacto da crise na condição das famílias em 2020. A extensão do programa, segundo o governo, seria ainda pior para a frágil situação das contas públicas, tema que deve permanecer como risco monitorado pelos investidores no decorrer do mês, uma vez que as reformas estruturais não têm perspectiva de avanço no Congresso. Sobre a pandemia no país, ainda não há um cronograma específico para que a população seja vacinada, o que representa um problema diante da escalada recente no número de casos em diversas regiões do país.