Estudos sobre a COVID19 avançam, países estudam afrouxar o isolamento social e os mercados refletem retomada

Com cada dia mais informações sobre o novo coronavírus provenientes dos milhares de estudos ocorrendo ao redor de todo o planeta, as autoridades de diversos países já estudam um possível afrouxamento do isolamento social que vigorou durante março e abril. Diversos países já estão montando um plano de abertura gradativa dos mais diversos setores da sociedade e estipulam datas para a implantação de cada fase. Os mercados ensaiam uma retomada com a possibilidade do retorno gradativo e o consequente aquecimento da economia.

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Desempenho acumulado

Desempenho no mês

Destaques positivos

Disparada do dólar e novo fôlego

(Benndorf) iShares S&P 500 (IVVB11) +17,90%

O IVVB11 é um ETF – fundo de índice (em inglês, exchange traded fund) – que replica o desempenho do principal índice de ações da bolsa americana, o S&P 500. Dois fatores contribuem para a valorização do IVVB11: retornos positivos das empresas dos Estados Unidos que compõem o S&P 500 e a alta do dólar americano. Esses dois eventos ocorreram no mês de abril, o que explica a performance positiva do ETF no período. 

Depois da queda histórica ocorrida no mês de março, o S&P 500 subiu mais de 16% em abril. Dentre os motivos que explicam essa forte alta estão o anúncio de pacotes de estímulo fiscal e monetário para dar suporte à economia durante a crise atual, além da possibilidade de retomada gradual da atividade após um longo período de quarentena. Ademais, a valorização das ações de grandes empresas de tecnologia (Amazon, Netflix, Facebook) contribuíram para o desempenho positivo do S&P 500 e, consequentemente, do IVVB11.

(Recovery) Via Varejo S.A (VVAR3) +73,86%

O segmento de varejo é um dos mais atingidos em decorrência da crise causada pelo coronavírus. No entanto, a Via Varejo – companhia especializada em eletrodomésticos e móveis, controladora da Casas Bahia e Ponto Frio –  teve em abril a segunda melhor performance mensal desde o seu IPO realizado em 2013, com alta de +73,86%, superando em mais de sete vezes o desempenho do Ibovespa no mesmo mês, que por sua vez subiu 10,25%.

A Via Varejo tem se beneficiado do processo de transição para se tornar uma empresa com diretriz tecnológica, diminuindo sua dependência das lojas físicas e aumentando sua pegada digital através do e-commerce, fato importante no atual cenário de paralisação da economia. A companhia reportou um lucro líquido de R$ 78 bilhões no quarto trimestre de 2019, primeiro resultado positivo desde a segunda metade de 2018. Além disso, o anúncio da aquisição da Asap Log – plataforma logística de entrega para compras online – reforçou a perspectiva positiva para a companhia devido ao aumento na eficiência e alcance do seu negócio online. Após a divulgação do evento, as ações da Via Varejo subiram quase 40% em dois pregões.

Destaques negativos

Silêncio, saída e redução

(B5) Taesa S.A (TAEE11) +6,47%

Apesar do retorno positivo no mês, as units de Taesa – companhia privada do segmento de transmissão elétrica – tiveram um desempenho fraco em relação à performance do Ibovespa e dos demais ativos da carteira recomendada Best Five.

Durante o mês de abril, a empresa não deu notícias boas aos seus acionistas e ao mercado em geral. A BlackRock, famosa gestora global de ativos, reduziu sua participação acionária no capital da companhia. Além disso, a Taesa aumentou o seu endividamento ao captar R$ 900 milhões visando reforçar o seu caixa. Por fim, o diretor estatutário da empresa renunciou ao cargo sem apresentar as razões da saída.

(RendeAI) Atacadão S.A – Carrefour (CRFB3) -3,05%

Varejista do setor de produtos alimentares e não-alimentares, o Atacadão S.A, mais conhecido como Grupo Carrefour Brasil, está presente em todo o país e opera tanto em lojas físicas quanto através de e-commerce. Os papéis da companhia, que abriu capital na bolsa em 2017, sofreram queda de -3,05% em um mês marcado por um forte repique no mercado brasileiro de ações.

O Grupo Carrefour reportou resultados positivos referentes ao primeiro trimestre de 2020, mesmo em meio à pandemia de coronavírus: alta de 12,5% nas vendas do período, abertura de 5.000 vagas de trabalho em função do aumento da demanda e abertura de novas lojas físicas. Apesar dos bons números, no entanto, a redução pela metade nos dividendos referentes a 2019 foi uma sinalização negativa para o mercado, o que acabou se traduzindo em queda no preço dos papéis da companhia.

Próximo mês

De olho em maio

Após a fase mais aguda da crise em março, as bolsas internacionais ensaiaram uma recuperação em abril com perspectivas mais positivas para as economias, apesar dos dados negativos referentes à atividade e mercado de trabalho no mundo todo. A expectativa de retomada gradual e relaxamento da quarentena, além da reativação das indústrias e comércio na China, reduziu levemente a aversão ao risco pelos investidores. O cenário, no entanto, ainda é de incerteza e alta volatilidade para os ativos no decorrer de maio.

No Brasil, três crises convergem em um momento crucial para o país. Na política, a saída de dois importantes ministros da administração Bolsonaro representou um duro golpe na popularidade do presidente. Pelo lado da saúde, o coronavírus avança com força em todo o país, principalmente nos estados do Norte e Nordeste. No aspecto econômico, o mês de maio deve demonstrar se as medidas de estímulo anunciadas pelo governo alcançarão o objetivo de amenizar os danos da crise causada pela pandemia.

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