Degrau acima

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Resumo

  • Queda de braço: Fed mantém taxa de juros mesmo em meio à pressão inflacionária recente;
  • Subindo os degraus: Bacen eleva SELIC e sinaliza que vai continuar os ajustes no futuro;
  • Destaques corporativos: MP da privatização da Eletrobras é aprovada no Senado;
  • Radar do mercado: Temas e eventos para ficar de olho.

Estados Unidos

Queda de braço

Há meses o receio com a inflação domina a narrativa do mercado financeiro americano. A retomada da atividade com o avanço da vacinação tem contribuído para um cenário que obriga os bancos centrais a ficarem atentos em relação à política monetária, já que o exagero nos estímulos pode sobreaquecer a economia.

Apesar dos indícios de aumento geral dos preços nos Estados Unidos, o Fed decidiu manter a taxa de juros do país próxima a zero em decisão realizada na última quarta (16/06). O comitê de política monetária manteve o diagnóstico de que a alta recente da inflação é temporária, não demandando, portanto, uma ação imediata da instituição no momento.

Apesar disso, o Fed alterou a sua perspectiva para aumento dos juros: se antes era prevista uma mexida na taxa apenas em 2024, essa ação foi antecipada para 2023.

A postura do banco central foi criticada pelo grupo mais vocal do mercado a respeito do risco inflacionário. O Fed, porém, justifica a sua estratégia com base na necessidade de manter o estímulo para a economia americana. Nessa semana, inclusive, os pedidos semanais de seguro-desemprego voltaram a subir após um longo tempo, mostrando que de fato a recuperação do país ainda tem os seus tropeços.

E a queda de braço entre Fed e mercado sobre esse assunto continua.

Brasil

Subindo os degraus

Se nos Estados Unidos o Fed não mexeu nos juros, por aqui o Bacen aumentou a SELIC pela terceira vez seguida, levando a taxa básica da economia de 3,50% para 4,25%, movimento que já era esperado pelo mercado.

A ação faz parte da normalização da política monetária, ou seja, elevação dos juros de um nível considerado “estimulativo” para “neutro”. O COPOM (Comitê de Política Monetária) já sinalizou que a SELIC deve subir novamente na reunião de agosto. O tamanho do ajuste prometido é incerto: a instituição prevê uma elevação de pelo menos +0,75% de novo, mas pode ser até mais dependendo do cenário.

O BC vai apertando o passo frente a uma forte inflação que se aproxima dos dois dígitos e está acima da meta buscada pela entidade. Além disso, o ambiente fiscal não ajuda: a dívida pública brasileira continua alta e não há sinais de avanços em reformas estruturais.

Destaques corporativos

Quase lá

A Eletrobras (ELET3, ELET6) foi o centro das atenções na semana devido à aprovação no Senado da MP que viabiliza a sua privatização. A votação foi relativamente apertada (42 a favor, 37 contra) e prevê uma redução da participação do governo federal na companhia de 60% para 45%. O texto volta à Câmara dos Deputados para votação na próxima segunda (21/06).

Caso aprovado, o procedimento deve ocorrer através de uma oferta pública de ações. Os papéis da estatal chegaram a subir +9% no pregão seguinte à decisão (18/06), mas perderam a intensidade no decorrer do dia.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil

    : Nos próximos dias será divulgada a ata do COPOM e o Índice de Evolução de Emprego do CAGED.

  • Mundo: Na próxima semana tem PIB americano, índice de inflação referente a maio e fala do presidente do Fed, Jerome Powell.

Sobre o autor

Lucas Barroso

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