Debandada

Debandada

Resumo

  • Desfalques: secretários da Economia pedem saída do governo, colocando em xeque o avanço da agenda reformista;
  • Cenário melhor: pedidos semanais de seguro-desemprego nos Estados Unidos desaceleram e fecham abaixo de 1 milhão pela primeira vez em meses;
  • Mercados e pandemia: bolsas internacionais sobem durante semana marcada por notícias de vacina russa;
  • Bate-bola corporativo: destaques da semana;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Brasil

Desfalques

Mudanças na equipe que compõem o governo Bolsonaro não são raras e voltaram a ocorrer nesta semana. Salim Mattar e Paulo Uebel, secretários de Desburocratização e Privatização, anunciaram a saída do Ministério da Economia. Mattar demonstrou publicamente sua frustração com a “lentidão do Estado” nos assuntos relacionados à privatização de empresas públicas estratégicas, como Petrobrás, Eletrobras e Banco do Brasil.

A notícia foi mal recebida pelo mercado e teve impacto negativo, principalmente, nas ações das estatais. O evento foi interpretado como uma “debandada” da equipe econômica e isolamento de Guedes na defesa de uma agenda reformista e com austeridade nos gastos públicos. Declarações recentes de Bolsonaro despertaram na ala liberal do governo um temor de agravamento da situação fiscal brasileira caso o teto de gastos seja desrespeitado. O risco-país subiu mais de 7% desde a saída dos secretários na quarta (12/08).

Varejo e COPOM: o resultado das vendas do varejo no mês de junho foi bem acima do esperado, com aumento de +8,0% (expectativa de +5,4%). Também foi divulgada no decorrer da semana a ata do COPOM (Comitê de Política Monetária) referente ao último corte de 0,25% na SELIC. No comunicado, a equipe do Banco Central reforçou a importância da continuidade das reformas fiscais com o objetivo de evitar riscos de alta para a inflação. Além disso, foi declarado na ata que, se existe algum espaço adicional de estímulo monetário, este deve ser pequeno.

    Bolsa de Valores… destoando do cenário internacional e afetado por questões domésticas, o Ibovespa caiu -1,38% na semana. Foi a pior semana do índice nos últimos dois meses O dólar teve forte alta no período e fechou a R$ 5,43.

    Estados Unidos

    Cenário melhor

    Achatando a curva: o resultado do Payroll na última sexta (07/08) indicou uma recuperação clara do mercado de trabalho americano, resultado confirmado pela desaceleração nos pedidos semanais de seguro desemprego. Pela primeira vez desde o início da crise, o indicador veio abaixo de 1 milhão (963 mil x 1,1 milhão esperado). Apesar da trajetória de queda, o número é extramente alto e demonstra a dificuldade das economias em superar os impactos do coronavírus.

    Impasse: apesar dos resultados positivos no mercado de trabalho, o Congresso americano negocia um novo pacote de estímulos fiscais. O presidente Trump já demonstrou disposição no avanço do tema ao assinar uma ordem executiva que amplia benefícios de desemprego e adia tributos sobre a folha de salários. A pauta, no entanto, continua travada devido a falta de consenso entre democratas e republicanos.

    Mercados e pandemia

    Próximo da máxima

    Números da pandemia: o Covid-19 superou a faixa de 20 milhões de infectados no mundo, com cerca de 760 mil mortes. Os Estados Unidos ainda lideram as estatísticas da doença, enquanto o Brasil alcançou a marca de mais de 100 mil mortes.

    Sputnik V: a Rússia, quarto país com mais casos confirmados, foi o primeiro a registrar uma vacina contra o coronavírus, denominada de Sputnik V. A sua eficácia é questionada pela comunidade internacional pelo fato da vacina ter sido submetida a uma quantidade de testes inferior a recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde). O início da produção em grande escala está prevista para setembro.

    O destaque nas bolsas mundiais foi o S&P 500, que esteve muito próximo de alcançar sua máxima histórica registrada em fevereiro, mas fechou a semana ainda abaixo do recorde.

    Os principais índices tiveram os seguintes resultados na semana:

    • Índices americanos – S&P 500 teve alta de +0,64%. Dow Jones subiu +1,82%
    • Índice europeu – Euro Stoxx50 teve alta de +1,61%
    • Índices asiáticos – Nikkei 225 (Japão) subiu +4,30%. Shanghai Composite (China) teve alta de +0,18%

    Bate-bola corporativo

    O que foi destaque na semana?

    • A TIM Participações S.A (TIMP3) e a Telefônica Brasil S.A (VIVT4) anunciou na sexta passada (07/08) celebração de um Acordo de Exclusividade concedido pelo Grupo Oi (OIBR3; OIBR4) sobre a oferta de aquisição em andamento.

    Radar do mercado

    Para ficar de olho

    • Brasil

      : o cenário político continua em pauta após a saída de membros importantes da equipe econômica. O tema central para os investidores é a situação fiscal do país e o andamento das reformas nos próximos dias.

    • Mundo: o destaque da próxima semana é a ata do FOMC (Comitê de Política Monetária do Fed) que deve conter informações importantes sobre o futuro da política monetária americana. Além disso, as negociações sobre o pacote de estímulo fiscal nos Estados Unidos devem continuar no radar dos investidores.

    Sobre o autor

    Lucas Barroso

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