De volta aos holofotes

De volta aos holofotes

Resumo

  • Trump on fire: presidente americano deixa o hospital e agita semana na política e no mercado financeiro;
  • Número 1: presidente da Câmara afirma que a reforma administrativa é a mais importante no momento;
  • Bateria de resultados: PMI na Zona do Euro, ata do Fed nos Estados Unidos e inflação no Brasil;
  • Pandemia: China reforça aliança global pela vacina;
  • Mercado financeiro: índices de ações têm semana animada e começam bem o mês de outubro;
  • Bate-bola corporativo: destaques da semana;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Estados Unidos

De volta aos holofotes

Após ficar hospitalizado por uns dias em decorrência do coronavírus, o presidente Trump voltou a aparecer bastante no noticiário com declarações políticas e posts polêmicos no Twitter. As manifestações do mandatário americano mexeram com o cenário político e o mercado financeiro no decorrer da semana:

  • Pacote de estímulos: alvo de uma longa negociação entre democratas e republicanos, o pacote de estímulo fiscal no Congresso americano é considerado muito importante para dar suporte aos pequenos negócios e famílias atingidas pela crise do coronavírus. Trump, no entanto, determinou que as conversas fossem suspensas e retomadas somente após o pleito presidencial, contando com a sua reeleição. Poucos dias depois, o presidente defendeu estímulos direcionados para os pequenos negócios e as companhias aéreas, além de ter reiniciado a negociação em torno do próprio pacote fiscal que havia sido suspenso.
  • Twitter: desde o início da semana, Trump realizou diversos ataques virtuais ao seu oponente na corrida presidencial, Joe Biden, e não deixou de alfinetar a China, declarando mais de uma vez que o coronavírus é uma praga “chinesa” e que a potência asiática pagará pelas consequências.
  • Debate: Trump se recusou a participar de um debate que seria realizado no dia 15 de outubro. O formato seria virtual devido ao diagnóstico do presidente, mas foi adiado para 22 de outubro, a princípio, e deve ocorrer presencialmente.

De acordo com o último boletim médico, Trump está habilitado para comparecer a eventos públicos novamente. Seja em pessoa ou pelo Twitter, o atual presidente dos Estados Unidos deve aparecer bastante nessa reta final até a eleição marcada para o mês que vem.

Brasil

A reforma das reformas

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e Paulo Guedes, Ministro da Economia, fizeram as pazes publicamente após troca de farpas e reafirmaram, em conjunto, o compromisso do Legislativo e do Executivo com as reformas estruturais.

Falando em reformas, Maia apontou a PEC Emergencial, também conhecida como reforma administrativa, como a número 1 em prioridade. Segundo o presidente da Câmara, os ajustes da proposta podem gerar desgaste no curto prazo, mas oferecem soluções a partir de 2021. A reforma prevê a redução de benefícios de servidores e cria mecanismos para conter o gasto público e estruturar a base fiscal do Estado brasileiro.

Em seguida viria a reforma tributária, que está mais perto de um acordo do que de um não acordo, conforme Rodrigo Maia.

Cuidado, Brasil: a agência de classificação de risco Standard & Poors emitiu um alerta sobre o Brasil: a nota de crédito está abaixo do grau de investimento (desde 2015) e a situação pode até piorar. O motivo seria a falta de clareza na agenda econômica conduzida pelo governo no momento, que agrava um quadro de baixo crescimento e elevada dívida publica em relação ao PIB nacional.

O grau de incerteza reflete no risco-país, medido pelo CDS soberano, continua em níveis elevados, acima dos 200 pontos. No início do ano, a métrica estava em torno de 100 pontos.

Renda Cidadã: cientes da repercussão negativa sobre o uso de precatórios e recursos do Fundeb para financiar o Renda Cidadã, a equipe econômica procura alternativas mais sustentáveis para as contas públicas com o objetivo de viabilizar o programa.

Um dos alvos de Guedes são os supersalários do funcionalismo público, ideia que com potencial de gerar R$ 1 bilhão de reais para o projeto do governo, mas que enfrenta forte resistência e lobby no Congresso. Além disso, a equipe estuda a possibilidade de utilizar privatizações para ajudar no financiamento do Renda Cidadã, mas essa via parece ser mais demorada e complexa. Outra opção ventilada entre os integrantes do governo é acabar com o desconto automático nas declarações simplificadas do Imposto de Renda.

Agenda econômica

Bateria de resultados

Na Europa foram divulgados os números de PMI (Purchasing Managers Index) das principais economias, indicador considerado uma espécie de termômetro da atividade econômica. Os resultados foram melhores que o esperado. As vendas do varejo na Zona do Euro também vieram acima da expectativa.

Nos Estados Unidos, os pedidos semanais de seguro-desemprego vieram piores do que o estimado (820 mil x 840 mil esperado), mesmo após um relatório de Payroll positivo na sexta passada (02/10). O Fed, banco central americano, divulgou a ata da última reunião de política monetária e reforçou na comunicação que a taxa de juros deve continuar baixa por um longo tempo.

Aqui no Brasil saiu o resultado do IPCA de setembro, principal índice de inflação ao consumidor, com alta de +0,64%. O resultado foi acima do esperado (+0,54%) e a maior alta registrada para o mês desde 2003. No varejo, as vendas registraram alta de +3,4% em agosto.

Pandemia

Aliança reforçada

A OMS montou recentemente uma coalização internacional denominada COVAX. A missão da iniciativa é trabalhar em conjunto com as potenciais provedoras de vacina para garantir um acesso justo e equilibrado para todos os países. Chama a atenção a ausência de grandes peças do tabuleiro global, como Estados Unidos e Rússia. Mas a China, que também estava de fora da COVAX, decidiu se juntar à aliança global composta por 172 nações para viabilizar uma vacina efetiva contra o Covid-19.

No momento, algumas regiões da França, Itália e Rússia têm registrado picos alarmantes de infecção. Enquanto isso, a Austrália alcançou dois dias seguidos sem mortes por coronavírus, uma marca significativa em meio à pandemia global.

No mundo todo foram registrados mais de 36,5 milhões de casos e aproximadamente 1,06 milhão de mortes pelo coronavírus até o momento, com Estados Unidos, Índia e Brasil liderando as estatísticas em número de infecções.

Mercado financeiro

Mercados em alta

Apesar pregão negativo da terça (06/10) após Trump intervir na negociação do pacote fiscal, os mercados internacionais subiram durante a semana e iniciaram bem mês de agosto.

Os resultados da semana foram os seguintes:

  • Índices americanos – S&P 500 teve alta de +3,84%. Dow Jones fechou com +3,27%;
  • Índice europeu – Euro Stoxx50 teve alta de +2,58%;
  • Índices asiáticos – Nikkei 225 (Japão) subiu +2,56%. Shanghai Composite (China) teve alta de +1,68%

No Brasil, o Ibovespa acompanhou o bom humor externo e teve alta de +3,69%, a 97.483 pontos. O dólar fechou o período cotado a R$ 5,52.

Bate-bola corporativo

O que foi destaque na semana?

  • A Petrobras S.A (PETR4) divulgou na sexta passada (02/10) a venda da sua participação em uma controlada indireta no Uruguai. O montante da transação foi de US$ 61,7 milhões;
  • O Bradesco S.A (BBDC4) informou na quinta (08/10) que obteve as autorizações regulatórias para adquirir o BAC Florida Bank, instituição financeira dos Estados Unidos.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil

    : Apesar do feriado no início da semana e a agenda econômica vazia, os investidores estarão atentos ao desdobramentos das reformas no Congresso, principalmente da PEC Emergencial, escolhida como a mais importante pelos líderes políticos.

  • Mundo: Após quase suspender as negociações de forma definitiva, espera-se que Trump dê sinal verde à proposta de estímulo fiscal caso seja aprovada no Senado americano.

Sobre o autor

Lucas Barroso

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