Congestionamento

Congestionamento

Resumo

  • Comércio travado: Navio encalhado congestiona importante via marítima e mexe com o comércio global;
  • Recado direto: COPOM deixa clara a tendência de alta para a SELIC e a Câmara dá ultimato ao governo;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Mundo

Comércio travado

O Canal de Suez é uma rota marítima localizada no Egito que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho. A passagem é considerada fundamental para o comércio internacional por ser uma via de fluxo para navios petroleiros, já que está próxima de grandes produtores da commodity como Arábia Saudita e Irã. Não só isso: estima-se que 12% do volume do comércio global passa pelo estreito marítimo que é tido como o caminho mais curto entre Ásia e Europa.

O que aconteceria se essa via fosse bloqueada? Congestionamento de navios, mudança forçada de rota e prejuízo ao comércio internacional. Essa é a situação atual do Canal de Suez, cuja passagem foi ocupada por um navio encalhado chamado Ever Given. E pior: desobstruir o canal pode demorar dias, até semanas.

O evento tem mexido com o preço do barril de petróleo, pois um congestionamento mais longo pode desacelerar a oferta da commodity e, consequentemente, elevar o seu preço. Por outro lado, no entanto, indícios de avanço da pandemia em uma espécie de terceira onda na Europa pode ter um efeito contrário devido a uma possível demanda mais fraca.

Enquanto isso, a saga pela desobstrução do Canal de Suez continua.

Turquia: intervenções diretas de chefes de Estado em instituições econômicas causam receio nos investidores. Não à toa as ações da Petrobras caíram tão forte após a troca de comando na estatal ordenada pelo presidente brasileiro Bolsonaro no mês passado.

No último sábado, o presidente turco Recep Erdogan fez algo semelhante: demitiu o presidente do banco central do país, o terceiro nos últimos dois anos. O motivo? Erdogan é contra o aumento da taxa de juros, mesmo em uma economia com forte inflação e moeda depreciada.

O mercado recebeu a notícia de forma indigesta: a lira turca caiu -15% frente ao dólar no pregão seguinte e o índice que representa a bolsa do país teve um tombo de quase -10%. A preocupação com o evento é o potencial de transmissão de estresse financeiro para outros mercados emergentes, como ocorrido em 1998 na crise da Rússia.

Estados Unidos: Apesar de dados fracos do setor imobiliário e de varejo, o PIB americano referente ao último trimestre de 2020 veio levemente acima da expectativa (4,3% x 4,1% esperado) e os pedidos de seguro-desemprego apresentaram desaceleração. Os principais índices do país fecharam a semana com variação positiva:

  • S&P 500: o principal índice americano subiu +1,6% no período;
  • Dow Jones: o índice das maiores empresas dos Estados Unidos teve alta de +1,36% na semana;
  • Nasdaq: o índice das empresas de tecnologia do país caiu -0,60%.

Brasil

Recado direto

Banco Central: na terça (23/03) dessa semana foi divulgado o documento que detalha a discussão e conclusões do COPOM durante a última decisão sobre a SELIC, que elevou a taxa de juros de 2% para 2,75%.

Na ata, o comitê formalizou o fim do estímulo extraordinário e a tendência de alta para a taxa de juros daqui para frente, com sinalização de um novo aumento de +0,75% no próximo encontro. A percepção da autoridade monetária é que uma série de ajustes feita com mais rapidez é necessária no momento.

Congresso: em um discurso durante sessão plenária na quarta (24/03), o presidente da Câmara, Arthur Lira, foi contundente nas críticas ao governo federal e outros órgãos envolvidos no combate à pandemia no Brasil.

Segundo Lira, o Congresso pode lançar mão de “remédios políticos” em decorrência da espiral de erros do governo. A avaliação é de que, na expressão utilizada, o presidente da Câmara teria deixado implícito o aviso de que um processo de impeachment pode ser aberto no futuro.

Nos últimos dias o país atingiu os seus piores números na pandemia: mais de 300 mil mortes e recordes diários de óbitos.

Bolsa de Valores: O Ibovespa fechou a semana em queda de -1,2%, a 114.780 pontos. O dólar ganhou força frente ao real no período e fechou cotado a R$ 5,75.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil

    : Na próxima semana será divulgada a taxa de desemprego do país, número importante após o recorde registrado no último trimestre de 2020.

  • Mundo: Resultados do setor industrial das principais economias do mundo serão reportados na próxima semana. Além disso, ocorrerá a divulgação do Payroll de março nos Estados Unidos.  

Sobre o autor

Lucas Barroso

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