Cartão vermelho
Cartão vermelho
Resumo
- Brasil: presidente rejeita de forma taxativa o programa Renda Brasil da equipe econômica;
- Bancos Centrais: taxas de juros se mantém nos Estados Unidos e Brasil;
- Mercados e pandemia: retomada de testes de vacina e indecisão nos mercados;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Brasil
Cartão vermelho
O Programa Renda Brasil está definitivamente fora do jogo. Ao menos esse foi o posicionamento oficial do presidente Jair Bolsonaro ao rejeitar a proposta social da equipe econômica.
Bolsonaro se posicionou de forma contundente contra o congelamento de aposentadorias por dois anos, um dos requisitos para o financiamento do Renda Brasil, e sinalizou que dará cartão vermelho para os membros do Ministério da Economia que sugerirem esse tipo de ajuste. O Bolsa Família deve seguir como o programa principal de distribuição de renda.
Vale ressaltar que a equipe teve diversas saídas recentes em decorrência da falta de sintonia com o presidente nos projetos propostos. Sobre o episódio, Paulo Guedes declarou que o “cartão vermelho” não foi para ele e procurou minimizar o caso.
Privatizações: Ao comentar sobre as propostas de privatizações de estatais, o presidente afirmou que o processo é demorado e que as privatizações não devem ser efetivadas no seu mandato. As empresas com maior destaque nesse tema são Eletrobras, Banco do Brasil e Caixa. A Casa da Moeda foi removida do plano de privatizações pelo próprio presidente.
Bolsa de Valores… o Ibovespa fechou o semana novamente abaixo do patamar de 100 mil, a 98.290 pontos, registrando uma minúscula queda de -0,07%. O dólar fechou um pouco acima do patamar da semana passada: R$ 5,38.
Bancos centrais
Super Quarta
Na quarta desta semana (16/09) aconteceram duas decisões importantes de política monetária, uma nos Estados Unidos e outra aqui no Brasil:
Fed: O banco central americano manteve a taxa de juros no atual patamar de 0% – 0,25%. Adotando uma nova abordagem na política monetária, o presidente da instituição, Jerome Powell, sinalizou que a taxa de juros deve ficar nesse patamar até 2023.
O objetivo do Fed com a decisão é apoiar uma recuperação plena e sustentável da economia americana após o baque do coronavírus. No comunicado de imprensa após a reunião, Powell demonstrou uma visão conservadora sobre o ritmo de crescimento da atividade econômica no país e a bolsa americana não reagiu bem ao discurso.
Bacen: Poucas horas depois, o banco central brasileiro manteve a SELIC em 2,00%, sinalizando o fim do ciclo de cortes na taxa básica de juros. A respeito da alta recente no preço dos alimentos, o comitê de política monetária afirmou que esse movimento em conjunto com a retomada de alguns setores da economia pode ter efeito sobre a inflação, mas no curto prazo, conforme expectativa dos membros.
A principal preocupação no comunicado após a decisão foi, novamente, a sustentabilidade fiscal do Brasil e o andamento das reformas estruturais. Segundo o comitê do Bacen, o agravamento desses fatores pode causar a elevação da taxa de juros no futuro.
Pandemia
Últimas voltas
Das dezenas de candidatas que iniciaram a corrida, poucas vacinas de Covid-19 alcançaram os estágios mais avançados de testes. Algumas estão na denominada “Fase 3”, na qual são conduzidos testes em larga escala (aproximadamente 30 mil voluntários) e inicia-se o processo de aprovação regulatória.
Entre essas candidatas está a vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceira com a Universidade de Oxford, que teve os seus testes retomados (inclusive no Brasil) após a conclusão de que um resultado adverso na amostra não teve relação com a vacina.
A pandemia de coronavírus já causou a morte de mais de 940 mil pessoas. Estados Unidos, Índia e Brasil são os países com mais casos registrados no momento. Nesta semana, foi reportado um aumento significativo no número de novos casos na Europa, onde a taxa de transmissão tem sido maior do que no pico registrado entre março e abril. Discussões de novas quarentenas na região voltaram à pauta.
Mercado financeiro
Indeciso
As bolsas internacionais tiveram mais uma semana volátil. Continuidade de queda das ações de tecnologia, repique de infecções na Europa e dados fortes na China e fracos nos Estados Unidos ditaram o ritmo do mercado, mas sem a definição de uma tendência clara. A pandemia ainda causa incertezas sobre a atividade econômica e nível de recuperação dos setores, com reflexos no comportamento dos investidores e nos preços dos ativos.
Nos Estados Unidos, o Tik Tok, aplicativo chinês ameaçado de banimento em solo americano pelo presidente Trump, fechou um acordo de parceria com a Oracle (BDR: ORCL34) após conversas sem êxito com a Microsoft (BDR: MSFT34). No entanto, um acordo definitivo entre a companhia americana e o aplicativo chinês dependem de aprovação dos governos da China e dos Estados Unidos, o que indica que a questão ainda está longe de ser resolvida em definitivo.
Os resultados da semana foram os seguintes:
- Índices americanos – S&P 500 teve queda de -0,64%. Dow Jones fechou com -0,03,%;
- Índice europeu – Euro Stoxx50 teve queda de -0,97%;
- Índices asiáticos – Nikkei 225 (Japão) caiu -0,20%. Shanghai Composite (China) teve alta de +2,38%
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A Cemig (CMIG3, CMIG4) anunciou na quinta (17/09) que a agência de classificação Moody’s elevou o rating da companhia para Ba3 em escala global com perspectiva positiva;
- A B3 S.A (B3SA3) reportou na quinta (17/09) um aumento de quase 120% de investidores ativos em ações no mês de agosto em relação ao mesmo período de 2019. Além disso, a companhia anunciou nesta semana a redução do lote padrão em BDRs e ETFs para uma unidade.
- A Magazine Luiza S.A (MGLU3) informou na sexta (18/09) que foi aprovado o desdobramento das suas ações (split) de 1 para 4. O evento corporativo tem como objetivo aumentar o acesso do ativo para mais investidores.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Na próxima semana será divulgada a ata do COPOM, comunicado que justifica a decisão sobre a taxa de juros e sinaliza o futuro da política monetária conduzida pelo Banco Central.
- Mundo: O aumento de infecções na Europa e as negociações sobre o pacote de estímulos nos Estados Unidos, que permanecem sem um avanço significativo, continuam a ser os temas relevantes para os investidores nos próximos dias. Além disso, diversos dados do setor imobiliário e industrial americano serão divulgados.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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