Apesar da incerteza
Apesar da incerteza
Resumo
- Otimismo em meio à dúvida: boas e más notícias sobre a pandemia aumentam o grau de incerteza, mas mercados fecham semana em alta;
- Hoje sim: Ibovespa fecha acima dos 100 mil pontos pela primeira vez desde o início da crise;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Mundo
Otimismo em meio à dúvida
As bolsas internacionais tiveram mais uma semana positiva, com o S&P 500 subindo +1,76% e o Dow Jones fechando com alta de +0,96%. A volatilidade, no entanto, continua sendo uma constante no mercado de ações já que o cenário econômico ainda é de muita incerteza.
Por um lado, o número de casos de coronavírus continua a subir nos Estados Unidos após a reabertura do comércio, o que gera preocupações sobre a força de recuperação da economia local. No mundo todo, são mais de 12 milhões de casos e cerca de 557 mil mortos.
Por outro lado, notícias positivas sobre possíveis tratamentos para o vírus foram divulgadas no decorrer da semana. A principal vem da Gilead, farmacêutica americana, que anunciou resultados promissores de um remédio que seria capaz de reduzir em 62% o risco de mortalidade por Covid-19. Além disso, outros países têm apresentado uma trajetória diferente dos Estados Unidos e países emergentes em relação ao controle da pandemia, obtendo êxito na tentativa de achatar a curva de infecções. É o caso de países europeus e asiáticos, principalmente a China.
Touro chinês… falando na potência asiática, a bolsa chinesa, representada pelo índice amplo Shanghai Composite, teve uma forte alta na semana, subindo +7,51%, impulsionado, principalmente, por investidores locais que estão confiantes nos sinais de recuperação da economia do país.
Brasil
Hoje sim
Quatro meses após o início da crise em março, o Ibovespa voltou aos 100 mil pontos nesta sexta (10/07), fechando em 100.032 pontos após alta de 3,38% na semana. O que isso significa para a Bolsa e quais são as perspectivas?
- O Ibovespa confirmou que a o mercado de ações é um indicador antecipado do ciclo econômico, pois a alta no preço dos ativos reflete a percepção dos investidores de recuperação da atividade adiante. Inclusive, os dados do varejo referente a maio vieram melhores que a expectativa, já demonstrando o início dessa retomada;
- Apesar de rebaixamentos nas notas de crédito para algumas companhias, empresas sólidas resistiram ao cenário extremamente negativo refletido no preço das ações. Muitas delas já se reaproximam das suas máximas históricas;
- O cenário macro ainda é marcado pela incerteza, portanto, a volatilidade deve continuar em alta na bolsa. Mesmo assim, a perspectiva adiante é de notícias ainda melhores relacionadas à pandemia conforme as pesquisas de remédios e vacinas começarem a apresentar sucesso.
Nem tudo é comemoração… apesar da recuperação vigorosa da bolsa brasileira, o investidor estrangeiro continua com o pé atrás para aportar seu capital no país. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o desmatamento na Amazônia subiu +25% em relação ao primeiro semestre de 2019, o que aumenta a pressão por parte estrangeiros que buscam investimentos sustentáveis e responsáveis do ponto de vista ambiental. O vice-presidente, Hamilton Mourão, disse que o governo buscará reduzir o desmatamento aos poucos até alcançar níveis aceitáveis.
Enquanto isso, a pandemia continua em ritmo acelerado no país, com mais de 1,7 milhão de casos confirmados e mais de 70 mil mortos. Destaque para o presidente Bolsonaro, que testou positivo para Covid-19 nesta semana.
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A CVC S.A (CVC3) comunicou na quarta (08/07) que a agência de classificação de risco Standard and Poor’s atribuiu à companhia o rating nacional CCC-, com perspectiva negativa. A empresa também informou que realizará um aumento de capital no valor de, no mínimo, R$ 200 milhões e, no máximo, R$ 301,74 milhões por emissão de ações;
- A IRB Brasil Resseguros S.A (IRBR3) anunciou na quinta (09/07) que foi aprovado o aumento de capital social da companhia de, no mínimo, R$ 2,1 bilhões e, no máximo, R$ 2,3 bilhões através da emissão de ações.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Após bater 100 mil pontos pela primeira vez desde a crise, o questionamento de muitos investidores é se a bolsa brasileira sustentará esse nível e dará continuidade à tendência de alta com a perspectiva de recuperação econômica.
- Mundo: Na próxima semana, a evolução dos casos de coronavírus, principalmente nos Estados Unidos, continuarão a ser monitorados por investidores, pois um aumento significativo pode representar uma ameaça à retomada da economia. Além disso, dados do varejo americano e decisão de política monetária na Zona do Euro estão entre os eventos mais importantes dos próximos dias.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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