Ação de Emergência

Ação de Emergência

Resumo

  • Mais estímulo: O Fed promove um corte emergencial de juros, enquanto outros bancos centrais também aumentam o grau de estímulo monetário.
  • Superterça: primárias do partido democrata apontam Joe Biden como possível adversário de Trump;
  • Mercado de trabalho americano e europeu: números do Payroll vieram acima da expectativa;
  • Sinuca de bico: efeitos do coronavírus na economia global e a ação tomada por outros bancos centrais podem levar o BACEN a cortar juros novamente;
  • “PIBinho” em 2019: Economia brasileira cresce 1,1% no último ano, em linha com a expectativa de mercado mas abaixo de 2017 e 2018;
  • Bate-bola corporativo: destaques da semana.

Cenário internacional

Esforço conjunto

Mais estímulo… A preocupação com os efeitos econômicos do coronavírus levou os ministros das finanças do G-7, grupo dos sete países mais ricos, a realizarem uma conferência para avaliarem um plano de ação conjunto nesse cenário.

Poucas horas depois da reunião, o Fed roubou a cena e realizou um corte emergencial de 0,5% na taxa de juros americana, o que não ocorria desde a crise financeira de 2008. A ação tomada teve como objetivo combater as consequências negativas do Covid-19 na atividade econômica do país.

Apesar do movimento realizado, a possibilidade de um novo corte de juros na próxima reunião do Fed (18/03) está na mesa. Caso isso ocorra, o prsidente Trump ficará um pouco mais satisfeito, pois mesmo após o anúncio do corte emergencial, o mandatário americano pediu ainda mais estímulo monetário.

Não só o Fed aumentou o grau de estímulo monetário. No decorrer da semana, outros quatro bancos centrais de economias avançadas e emergentes cortaram juros: Austrália, Malásia, Arábia Saudita e Canadá.

Superterça… Não só a intervenção do Fed tornou o dia 03/03 intenso nos Estados Unidos. Ocorreram também as primárias do partido democrata em diversos estados americanos, afunilando a corrida para decidir quem será o adversário de Trump na disputa presidencial. Joe Biden, vice-presidente durante o mandato de Obama, foi o grande vencedor do dia. Após a desistência do empresário Michael Bloomberg, o candidato passou a ser o preferido do mercado pela sua moderação, diferentemente de Bernie Sanders, seu concorrente, que é visto com mais desconfiança pelo setor financeiro por causa das suas propostas políticas.

A OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) se reuniu na última quinta (05/03) com o objetivo de avaliar o mercado do petróleo no atual cenário. Os integrantes do quartel decidiram cortar os níveis de produção para suportar o preço do barril. A redução proposta seria a maior desde a crise financeira de 2008, no entanto, a Rússia rejeitou a decisão de limitar a produção. O preço do barril de petróleo teve forte queda nesta sexta (06/03) e chegou ao menor patamar dos últimos três anos.

O coronavírus, por sua vez, mantém o avanço em escala mundial. Nesta semana, a Itália anunciou a suspensão das aulas e a primeira morte na Suíça foi confirmada. No Brasil, foram diagnosticados oito casos do vírus até o momento. Até o momento, são mais de 100.000 infectados e o número de mortes já superou a marca de 3.300.

Mercado de trabalho… Ainda sem refletir os possíveis efeitos do coronavírus na atividade americana, os números de Payroll nos Estados Unidos foram melhores que o esperado: 273.000 postos de trabalho preenchidos, sendo que a expectativa era de 175.000. A taxa de desemprego voltou ao patamar de 3,5%.

Enquanto isso, a taxa de desemprego para janeiro na Zona do Euro foi de 7,4% Esse é o menor patamar do indicador desde maio de 2008.

Cenário doméstico

E agora BACEN?

Sinuca de bicoApós a redução na SELIC realizada em fevereiro, o Banco Central sinalizou claramente o encerramento do ciclo de cortes na taxa de juros. No entanto, a autoridade monetária não contava com a mudança no cenário desde a última reunião: o coronavírus avançou ao redor do mundo e o Fed cortou juros de forma emergencial para preservar a economia americana, movimento também realizado por outros bancos centrais.

Considerando as consequências do Covid-19 sobre a atividade global, o impacto dessa situação na economia doméstica e a ação tomada por autoridades monetárias mundiais, muitos analistas já projetam a possibilidade do Banco Central realizar mais cortes na SELIC. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária ocorrerá em 18 de março. E agora BACEN?

“PIBinho” em 2019… A economia brasileira cresceu 1,1% em 2019, em linha com a expectativa do mercado. A taxa de expansão ficou abaixo de 2017 e 2018, quando o resultado foi de 1,3% em cada ano. Os principais fatores negativos que pesaram para o resultado foram: tragédia de Brumadinho, que afetou fortemente a indústria de mineração nacional; as tensões comerciais entre Chinas e Estados Unidos, parceiros importantes para o Brasil; e a lenta recuperação do mercado de trabalho nacional.

Hoje não, hoje não, hoje sim… O movimento de aversão ao risco por parte dos investidores afetou o Ibovespa, que teve forte queda na semana e fechou abaixo dos 100.000 pontos pela primeira vez desde outubro de 2019.

Bate-bola corporativo

O que foi destaque na semana?

  • A CVC (CVCB3) anunciou no final da sexta passada (28/02) que foram constatados erros contábeis referentes às demonstrações financeiras de 2019. De acordo com a empresa, as inconsistências serão apuradas de forma independente.
  • A Companhia Brasileira de Distribuição (PCAR3) terá todas as suas ações preferenciais convertidas para ordinárias. O movimento faz parte da migração da companhia para o segmento de Novo Mercado da bolsa.
  • As ações da IRB Brasil (IRBR3) sofreram forte queda durante a semana após a Berkshire Hathaway, de Warren Buffet, desmentir os boatos de aportes de investimentos na resseguradora.

Sobre o autor

Lucas Barroso

Sempre atento a fatos relevantes e importantes que influenciam seus investimentos.

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