A letra do otimismo
A letra do otimismo
Resumo
- Brasil: PIB brasileiro no segundo trimestre tem queda histórica, mas Paulo Guedes declara que a economia do país já está se recuperando em V;
- Mundo: Payroll mostra geração de empregos abaixo do esperado nos Estados Unidos e setor manufatureiro tem forte expansão na China;
- Mercados e pandemia: semana marcada por sell-off nas ações americanas de tecnologia e queda nos índices internacionais;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Brasil
Barulho do passado e decolagem em V
Na terça desta semana (01/09) foi divulgado o resultado do PIB brasileiro referente ao segundo trimestre de 2020: contração de -9,7%. O período foi marcado pela fase mais aguda da pandemia no país, com regimes de quarentena e paralisação de diversos setores. Os segmentos mais afetados foram indústria (-12,3%) e serviços (-9,7%), enquanto a agropecuária foi o destaque positivo (+0,4%) por ter divergido dos demais indicadores.
O resultado representa um tombo histórico, no entanto, a percepção de analistas e economistas é de que o auxílio emergencial amorteceu a queda inevitável no PIB. Ao comentar os resultados, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o dado negativo é o “barulho do raio que caiu em abril” e que o Brasil está “decolando em V”, demonstrando otimismo com o ritmo de recuperação da economia doméstica.
Na ocasião de divulgação do resultado do PIB, o presidente Bolsonaro também se manifestou e aproveitou a oportunidade para apresentar duas medidas que foram bem recebidas pelo mercado:
- Extensão do auxílio emergencial com valor de R$ 300 até o final do ano: foi uma sinalização de que Bolsonaro e Guedes chegaram a um entendimento após o atrito decorrente da proposta do Renda Brasil;
- Envio da proposta de reforma administrativa ao Congresso: a medida tem como objetivo revisar salários e benefícios do funcionalismo público. A reforma pode ter o potencial de melhorar a situação fiscal do país a longo prazo.
Sobre o segundo ponto, a proposta chegou à Câmara na quinta (03/09). Apesar de expor publicamente uma desavença com o Ministro da Economia, Rodrigo Maia elogiou o texto e ressaltou que o problema não será empecilho para o andamento da reforma.
Bolsa de Valores… em meio a uma semana volátil , o Ibovespa fechou em queda: –0,88% no período. Em agosto, o índice brasileiro caiu -3,44%. O dólar passou a operar em queda após o anúncio da reforma administrativa e fechou a R$ 5,31.
Mundo
Payroll e recuperação chinesa
Estados Unidos: o mercado de trabalho tem sido o principal indicador de retomada da atividade econômica no país. Nesta sexta (04/09), foi divulgado o relatório de emprego, que veio com alguns sinais favoráveis e negativos ao mesmo tempo:
O que foi melhor que o esperado:
- Taxa de desemprego: 8,4% (estimativa: 9,8%);
- Pedidos semanais de seguro-desemprego (divulgado na quinta, 03/09): 881 mil (estimativa: 950 mil).
O que foi abaixo da expectativa:
- Criação de postos de trabalho não-agrícolas: 1,371 milhão (estimativa: 1,400 milhão)
- Criação de postos de trabalho privados: 1,027 milhão (estimativa: 1,200 milhão)
Diante da necessidade de novos estímulos para a economia dos Estados Unidos apesar da recuperação em andamento, as negociações a respeito de um pacote de incentivos fiscais, que fracassaram anteriormente, foram retomadas no Congresso americano.
China: o PMI de manufatura do país – uma espécie de termômetro de atividade do setor – teve no mês de agosto a expansão mais forte em uma década. Além da recuperação doméstica, o dado também indica aumento da demanda internacional por produtos chineses devido à reabertura de várias economias após a desaceleração da pandemia global. O resultado indica que a China, o primeiro país a promover a retomada ampla da economia, tem mostrado indícios de forte recuperação.
Mercados e pandemia
Fim da hibernação
Pandemia: a vacina russa, que foi recebida com desconfiança pela comunidade internacional, obteve bons resultados após um estudo realizado. Até o momento, foram contabilizados cerca de 26,4 milhões de casos de Covid-19 no mundo todo, com mais de 870 mil mortes.
Após um período de alta nas bolsas e índices americanos renovando máximas, os ursos parecem ter acordado. Na quinta (03/09), um forte movimento de queda nas ações de tecnologia derrubaram o S&P 500 (-3,51%), o Dow Jones (2,78-%) e principalmente a Nasdaq (-4,96%), trazendo à memória dos investidores alguns dias do mês de março.
Os resultados da semana foram os seguintes:
- Índices americanos – S&P 500 teve queda de -2,31%. Dow Jones fechou com -1,82%;
- Índice europeu – Euro Stoxx50 teve queda de -1,66%;
- Índices asiáticos – Nikkei 225 (Japão) subiu +1,41%. Shanghai Composite (China) teve queda de -1,42%
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A Magazine Luiza S.A (MGLU3) informou na quinta (03/09) a aquisição da plataforma de delivery de comida AiQFome;
- A Suzano S.A (SUZB3) anunciou na quinta (03/09) que a BNDES Participações, uma das acionistas da companhia, está avaliando a venda das suas ações na empresa via oferta secundária (follow-on).
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: nos próximos dias, o foco estará no andamento da reforma administrativa no Congresso. Além disso, números importantes do varejo e da inflação serão divulgados no decorrer da semana.
- Mundo: o evento mais importante em âmbito internacional é a decisão de taxa de juros pelo Banco Central Europeu. Investidores estarão atentos à possibilidade da instituição seguir os passos do Fed e também sinalizar juros baixos por mais tempo na Zona do Euro.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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