A Grande Divisão

A Grande Divisão

Resumo

  • Diferenças profundas: Tensão cresce ente China e Estados Unidos, colocando em risco o acordo comercial firmado em janeiro;
  • Custe o que custar: bancos centrais reafirmam o compromisso de estimular as economias em meio à crise atual;
  • Sem meta: pela primeira vez nos últimos 20 anos, a China não perseguirá uma meta de PIB;
  • Três crises: Brasil enfrenta grandes desafios na política, saúde e economia;
  • Bate-bola corporativo: destaques da semana;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Estados Unidos x China

Diferenças profundas

O atrito entre as potências continua… ao invés do esperado diálogo entre representantes e alívio nas tensões, a relação entre Estados Unidos e China se deteriorou no decorrer da semana. A Casa Branca enviou um relatório ao Congresso americano com críticas contundentes ao governo chinês em diversos aspectos: protecionismo econômico, roubo de propriedade intelectual e violação de direitos humanos.

Estados Unidos de um lado… o governo americano está avaliando a imposição de sanções sobre a China por sua responsabilidade na pandemia de coronavírus, conforme defende o presidente Trump. Uma das medidas que mais chama a atenção é a possibilidade de excluir as companhias chinesas das bolsas de valores dos Estados Unidos.

China do outro… o governo chinês, por outro lado, destacou a possibilidade de estabelecer retaliações contra os Estados Unidos, apesar de não discutir detalhes sobre as possíveis medidas.

Vale lembrar que a primeira fase do acordo comercial entre Estados Unidos e China foi celebrado em janeiro deste ano, no entanto, a continuidade desta trégua entre as duas potências está em xeque.

Cenário mundial

Custe o que custar

Fed… as minutas do banco central americano referente à última reunião manteve o tom da instituição adotado desde o início da crise: dar todo o suporte necessário à economia do país através dos seus instrumentos monetários. Apesar de pedidos do presidente e expectativa de parte do mercado, taxa de juros abaixo de zero não está entre as alternativas do Fed.

Enquanto isso, a economia dos Estados Unidos continua demonstrando o impacto do coronavírus: 2,438 milhões de pedidos de seguro-desemprego na última semana.

Banco Central Europeu… na mesma linha do Fed, a ata do BCE divulgada nessa sexta (22/05) reafirma o compromisso da instituição em oferecer todo o estímulo necessário para fortalecer a economia européia contra a recessão causada pela pandemia. O documento lista uma série de medidas que totalizam mais de 1 trilhão de euros injetados na economia da região.

Sem meta… a China anunciou que, devido às incertezas no cenário atual, não buscará uma meta de expansão do seu PIB em 2020. É a primeira vez desde 1990 que o país não determina um alvo para o crescimento da sua economia.

Don’t cry for me… A Argentina anunciou que renegociará a sua dívida externa a partir do dia 2 de junho. O país sul-americano está inadimplente há meses e tem grande possibilidade da dar calote na sua dívida, que atualmente está em quase 90% do PIB do país.

Pandemia

Coronavírus

Candidatos da esperança… ao menos oito vacinas estão em fase de testes e com resultados promissores. Os candidatos são de empresas farmacêuticas de diversos países. Apesar do desafio de validar a eficácia, produzir em massa e distribuir mundialmente, o que pode durar meses, a caça pela vacina contra a Covid-19 continua.

Secando a fonte… o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou cortar o repasse de recursos do país à Organização Mundial da Saúde (OMS). O mandatário americano tem criticado a instituição pela sua resposta inicial no combate à pandemia de Covid-19, alegando também que o órgão favoreceu a China desde o início da disseminação do vírus.

Números da pandemia… casos de coronavírus ao redor do mundo já ultrapassaram a marca de 5,10 milhões, enquanto foram reportadas mais de 330 mil mortes até o momento.

Cenário nacional

A crise em três frentes

Crise política… o roteiro de Brasília continua com elementos surpreendentes a cada semana. Hoje (22/05), foi divulgado o vídeo do presidente Bolsonaro no qual haveria prova de interferência na Polícia Federal, de acordo com o ex-ministro Sérgio Moro. A repercussão desse conteúdo se estenderá pelos próximos dias e deve causar borborinho na política nacional.

Crise da saúde… o Brasil se tornou o país com crescimento mais rápido no número de casos de coronavírus e caminha a passos firmes para se tornar o novo epicentro global da pandemia. O presidente Trump chegou a cogitar o bloqueio de viajantes brasileiros para os Estados Unidos.

No momento, são mais de 315 mil casos confirmados e aproximadamente 20.200 mortos, Enquanto isso, o país continua sem uma figura oficial no Ministério da Saúde.

Crise econômica… os resultados da economia brasileira continuam dando indícios da profunda crise atual: os pedidos de seguro-desemprego referentes à primeira quinzena de maio tiveram alta de +76,2% em relação ao mesmo período em 2019.

As expectativas dos agentes de mercado, demonstradas no relatório FOCUS do Banco Central, já refletem a constatação de uma recessão muito profunda: -5,12% de queda para o PIB e SELIC a 2,25% no final de 2020, cenário no qual o corte de juros teria que ir além do que o projetado pelo próprio COPOM (Comitê de Política Monetária).

Bolsa de Valores… o Ibovespa teve uma semana bem volátil e fechou o período em território positivo, com alta de +5,95%. Enquanto isso, o dólar fechou em R$ 5,59.

Bate-bola corporativo

O que foi destaque na semana?

  • A BRF S.A (BRFS3) reportou na última segunda (18/05) que captou linhas de financiamento no montante de R$ 2,4 bilhões com o objetivo de reforçar seu nível de liquidez imediata no cenário atual.
  • A Investimentos Itaú S.A (ITSA3; ITSA4) anunciou na última terça (19/05) a doação de R$ 50 milhões com o objetivo de apoiar atividades da saúde pública e auxiliar no combate ao coronavírus.
  • A Petrobras (PETR3; PETR4) divulgou na última quinta (21/05) que está em andamento a fase de venda de ativos da companhia na Colômbia.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil: a divulgação do vídeo de Bolsonaro em reunião com ministros deve causar repercussões no ambiente político nacional nos próximos dias. A percepção de risco do Brasil continua alta com o cenário instável na política, saúde e economia.
  • Mundo: a tensão entre Estados Unidos e China tem aumentado nos últimos dias e interferido no humor dos mercados. Esse assunto estará no radar dos investidores, que também estarão de olho em resultados importantes que vêm dos Estados Unidos na próxima semana.

Sobre o autor

Lucas Barroso

Sempre atento a fatos relevantes e importantes que influenciam seus investimentos.

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