Temperatura máxima no Oriente Médio

Temperatura máxima no Oriente Médio

Resumo

  • Caos no Oriente Médio e o desenrolar dos fatos
  • Guerra, – mas só comercial –
  • De olho na China

Barril de pólvora

Ataque dos EUA ao Irã

Um ataque aéreo das forças dos Estados Unidos no Iraque nesta quinta-feira (02/01) resultou na morte do general Qassem Soleimani, uma das figuras mais importantes do regime iraniano e líder da inteligência militar do país. Ele era visto como um dos grandes antagonistas dos Estados Unidos, sendo considerado o mentor e arquiteto de um ataque realizado no final do ano passado à uma base militar americana no Iraque. 

Qassem Soleimani faz parte da lista de 50 pessoas que moldaram a década, segundo o jornal Financial Times.

Mas quais são as implicações desse evento para Estados Unidos, Irã e o Oriente Médio? Uma breve cronologia ajuda a entender a importância do ocorrido na relação entre os dois países: 

  • Em maio de 2018, o governo americano anunciou a saída do acordo nuclear firmado entre potências mundiais (China, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos) e o Irã. O acordo previa a suspensão de algumas sanções sobre a economia iraniana em troca do encerramento do programa nuclear do país.
  • Em abril de 2019, o governo Trump classificou a Guarda Revolucionária, uma das forças militares do Irã, como organização terrorista. Soleimani era major-general de uma das unidades especiais da Guarda Revolucionária.
  • Em setembro e outubro de 2019 aconteceu uma escalada da tensão no Oriente Médio a partir de um ataque com drones a instalações de petróleo da Arábia Saudita. Os Estados Unidos atribuíram a autoria desse atentado ao Irã, que negou a participação no ocorrido. Nessa época, um conflito militar direto entre americanos e iranianos esteve perto de acontecer.
  • No início de dezembro de 2019, Estados Unidos e Irã realizaram uma troca de prisioneiros, resultando na libertação de um pesquisador americano e um cientista iraniano. O episódio representou uma diminuição da tensão entre os países. No entanto, a morte de Soleimani volta a elevar a temperatura geopolítica.

E agora?

O presidente Trump demonstrou no decorrer do seu mandato que não quer envolver os Estados Unidos em conflitos armados, preferindo usar mecanismos econômicos como sanções e tarifas para pressionar outros países. No entanto, a morte de uma das personalidades mais próximas do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, pode causar uma escalada de tensão no Oriente Médio, e a possibilidade de um conflito entre americanos e iranianos não está descartada. O governo do Irã prometeu retaliação severa e parte da população tomou as ruas do país em protesto pela morte de Qassem Soleimani, gritando palavras de ordem contra os Estados Unidos. 

No Twitter, Trump afirmou que o general morto foi diretamente responsável pela morte de milhares de americanos durante um longo período de tempo. Já Hassan Rouhani, presidente do Irã, postou que haverá vingança para o que ele classificou de “crime hediondo”.

Reações nos mercados 

Após a morte do general iraniano, futuros de petróleo subiram mais de 4%. Tensões geopolíticas no Oriente Médio costumam movimentar o preço desses derivativos porque a região é produtora dessa commodity. Se acontecerem conflitos armados envolvendo países produtores, espera-se que a oferta de petróleo diminua e, por consequência, o preço do barril aumente.

Já os futuros de índice da bolsa americana abriram em queda de mais 1% em decorrência desse evento, refletindo a preocupação dos investidores com uma guerra entre os dois países.

Além do caos

Panorama externo

Nem só de conflitos vive o governo Trump… o presidente americano anunciou pelo Twitter que a “Fase 1” do acordo comercial entre Estados Unidos e China será assinado no dia 15 de janeiro, na Casa Branca.

Mas…segura a empolgação: Trump afirmou no mesmo tweet que posteriormente irá para Pequim com o objetivo de iniciar as negociações referentes à “Fase 2” do acordo. Será mais um ano de reuniões, tarifas e incertezas entre as duas potências?

Palavras do Fed…

o banco central dos Estados Unidos divulgou hoje (03/01) a ata referente à última reunião do comitê de política monetária da instituição (FOMC) ocorrida entre os dias 10 e 11 de dezembro. No comunicado, o Fed destacou a solidez do mercado de trabalho americano, com taxa de desemprego no menor patamar dos últimos 50 anos, além da inflação ainda abaixo da meta de 2,0%.

As medianas das estimativas do comitê para 2020 apontam um crescimento do PIB nos Estados Unidos em torno de 2,0% e desemprego ainda no nível de 3,5%. Dos 17 membros do comitê de política monetária do Fed, 13 projetam que não haverá alterações na taxa de juros no decorrer de 2020, em linha com as expectativas do mercado. Os outros quatro membros apontam um aumento de 0,25% em 2020.

A próxima reunião do Fed ocorrerá nos dias 28 e 29 de janeiro. 

Todos de olho na China…

O país asiático é o principal parceiro comercial da maioria dos países atualmente. Por esse motivo, indicadores econômicos da economia chinesa são acompanhados de perto por analistas e investidores, já que uma desaceleração na China poderia contribuir para o enfraquecimento da economia global. Mas, as primeiras notícias do país divulgadas em 2020 foram positivas: indicadores de atividade industrial demonstram expansão do setor durante o mês de dezembro. 

Além disso, o banco central do país anunciou a redução de reservas compulsórias, que são depósitos realizados por bancos comerciais para o banco central. A medida começa a vigorar na próxima segunda (06/01) e significa mais dinheiro circulando na economia chinesa, gerando mais oferta de crédito e incentivo para o crescimento da economia local.

Sobre o autor

Lucas Barroso

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