Acordo feito
Acordo feito
Resumo
- Mãos à obra: Biden conduz acordo bipartidário para infraestrutura nos Estados Unidos;
- Avanços em meio aos ruídos: Em semana movimentada no ambiente político, dólar cai e reforma tributária tem novidades no Congresso;
- Destaques corporativos: O apetite da Magalu, ataque hacker na Fleury e follow-on do Banco Inter;
- Radar do mercado: Temas e eventos para ficar de olho.
Estados Unidos
Mãos à obra
Após uma viagem pela Europa e conversas com líderes de Estado, o presidente Biden se reuniu com senadores americanos e viabilizou um acordo de 1,2 trilhão de dólares para a infraestrutura do país.
O pacote estava há uma semana sem avanço no Congresso, mas a atuação do presidente possibilitou um acordo bipartidário que direciona o investimento prometido para a modernização de estradas, pontes, transporte público e aeroportos ao longo de oito anos.
A proposta ainda precisa da aprovação final do Congresso, mas o acordo aumentou de forma significativa a chance do pacote passar pela casa legislativa.
Espera-se que esse investimento massivo do governo americano contribua para a recuperação plena do mercado de trabalho do país. Falando nisso, os pedidos semanais de seguro-desemprego tiveram mais uma queda em relação ao período anterior, mas vieram acima da expectativa (411 mil x 380 mil estimados).
Na próxima sexta tem Payroll, o aguardado relatório mensal de emprego nos Estados Unidos. Após dois meses consecutivos de geração de novos postos abaixo do esperado, o mercado acompanhará de perto o resultado visando entender o status da recuperação americana e o risco de espiral inflacionária.
Brasil
Avanços em meio aos ruídos
O cenário político brasileiro, que já não costuma ser tranquilo, foi marcado por eventos importantes nesta semana.
Na equipe do governo, Ricardo Salles se tornou mais uma baixa no time ministerial após ser exonerado da pasta do Meio Ambiente. O ex-ministro já estava sob pressão há muito tempo devido ao crescente desmatamento na Amazônia e à investigação sobre o seu possível envolvimento em um esquema de contrabando ilegal. O governo já escolheu o novo ministro: Joaquim Alvaro Pereira Leite, ex-conselheiro da Sociedade Rural Brasileira, uma das entidades que representam a agropecuária do país.
Outra turbulência recente enfrentada pelo governo é a investigação sobre irregularidades na compra da Covaxin, vacina indiana contra o coronavírus que ainda não foi autorizada pela Anvisa. A CPI da Covid e o Ministério Público estão acompanhando o caso, o qual deve aumentar o ruído no ambiente político de Brasília.
Enquanto isso, a equipe econômica representada por Paulo Guedes entregou ao Congresso uma nova etapa da reforma tributária. Esse segundo bloco da proposta prevê, entre outras, as seguintes mudanças:
- Ampliação da faixa de isenção de IR para pessoas físicas;
- Redução da alíquota de IR para empresas de 15% para 12,5%;
- Tributação sobre dividendos e fim dos Juros Sobre Capital Próprio.
A primeira etapa da reforma, contendo a unificação do PIS e Cofins, ainda está em análise no Congresso.
Em meio a todos esses eventos, a bolsa brasileira não teve reações expressivas com exceção dessa sexta (25/06). O Ibovespa caiu -2% no pregão e fechou mais longe do nível máximo de 130 mil. O dólar, por outro lado, teve mais uma semana de queda frente ao real e fechou abaixo de R$ 5 depois de muito tempo.
Um dos motivos para o alívio do real frente à divisa americana é a atuação recente do Banco Central. Na ata divulgada na última terça (22/06), o comitê de política monetária sinalizou com tom firme que a SELIC deve continuar subindo nos próximos encontros. A próxima alta, inclusive, pode até ser de 100 pontos-base (+1%), algo raro nas decisões de bancos centrais.
Destaques corporativos
Apetite por aquisições
A Magazine Luiza (MGLU3) contratou mais um reforço para o seu superapp ao acertar na segunda (21/06) a compra da Plus Delivery, aplicativo de entrega de comida que atua em mais de 30 cidades. Nessa frente de alimentação para o seu ecossistema de serviços, a gigante do varejo já contabiliza a aquisição da AiQFome, Tonolucro e GrandChef.
A Fleury (FLRY3) informou ao mercado na quinta (24/06) que começou a restabelecer seus sistemas em hospitais após sofrer uma tentativa de ataque hacker. Segundo a companhia, não há indícios de vazamento de dados até o momento e o trabalho para normalização integral da sua operação continua.
O Banco Inter (BIDI11) realizou o seu follow-on nesta sexta (25/06) e levantou o valor máximo estabelecido na nova oferta de ações. As units da companhia registraram forte alta no decorrer do pregão. A Stone (Nasdaq: STNE) atuou como investidor-âncora da oferta visando deter uma participação de 4,99% no banco digital, que no futuro próximo pode trocar a B3 pela Nasdaq.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Nos próximos dias serão divulgados os números da produção industrial do país em maio e a taxa de desemprego referente ao período de fevereiro a abril.
- Mundo: Na próxima semana tem Payroll nos Estados Unidos, evento que indica a evolução mensal do mercado de trabalho americano.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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