Sob nova direção
Sob nova direção
Resumo
- Fim da espera: Joe Biden vence eleição nos Estados Unidos. Trump questiona o resultado;
- Euforia e cautela: Pfizer anuncia vacina eficaz enquanto casos diários batem recorde nos Estados Unidos;
- Preparado para o pior: Paulo Guedes afirma que auxílio emergencial será prorrogado em caso de segunda onda de Covid no Brasil;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Estados Unidos
Fim da espera
Durante o último fim de semana o resultado da eleição americana foi selado, pelo menos para o lado vencedor. Joe Biden, ex-vice de Obama entre 2008-2016, será o novo presidente dos Estados Unidos a partir de 2021. Mesmo com a contagem dos votos finalizada, o atual presidente Donald Trump não reconheceu a derrota e afirmou que usará os recursos ao seu alcance para questionar o resultado do pleito.
Caso não sejam encontradas irregularidades, Biden deve mesmo liderar os Estados Unidos no próximo ano. O democrata indicou algumas diretrizes do seu futuro governo:
- Economia: espera-se da administração democrata mais estímulos fiscais, o que abre portas inclusive para a aprovação do pacote que está sendo negociado há muito tempo no Senado americano;
- Impostos: a expectativa é de que o governo de Biden busque aumentar os impostos para as big techs, tendo em vista o poder que essas corporações concentram no momento;
- China: apesar das diferenças com Trump, a postura firme contra a China em relação ao comércio e tecnologia deve continuar, mesmo que em tom menos agressivo e ríspido.
A maioria dos países reconheceram a vitória de Biden e deram parabéns ao novo presidente americano. Pelo alinhamento político e ideológico com a atual administração dos Estados Unidos, o governo brasileiro ainda não se manifestou e aguarda a resolução do imbróglio envolvendo o resultado da eleição.
Mercado financeiro e pandemia
Euforia e cautela
A Pfizer anunciou no início da semana que a sua vacina, desenvolvida em parceria com a BioNTech, apresentou mais de 90% de eficácia nos testes da fase 3, o que é um resultado muito significativo e promissor.
Apesar da boa notícia, existem alguns desafios importantes no momento, como obter a aprovação dos órgãos reguladores e a logística de distribuição caso a vacina seja aprovada. Isso porque as doses devem ser conservadas a -80 graus Celsius, o que torna a sua armazenagem e transporte extremamente desafiadores e complexos.
O anúncio veio em um momento delicado para os Estados Unidos, pois o país bateu os recordes de novos casos diários no decorrer da semana. Enquanto isso, a Europa está em situação de quarentenas parciais e continua a sofrer com o aumento no número de hospitalizações.
A notícia sobre a potencial vacina da Pfizer animou os mercados no início da semana, contribuindo para que fechassem o período em território positivo:
- S&P 500: o principal índice americano subiu +2,16% no período;
- Dow Jones: o índice das maiores empresas dos Estados Unidos teve alta de +4,08% na semana;
- Euro Stoxx 50: o índice representativo do mercado europeu subiu +7,12% no período;
- Nikkei 225: o índice acionário do Japão teve alta de +4,36% na semana.
Brasil
Preparado para o pior
De olho no aumento de casos que configura uma segunda onda de coronavírus nos Estados Unidos e na Europa, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, caso esse cenário ocorra no Brasil, o auxílio emergencial será prorrogado. Guedes enxerga o programa como uma possibilidade de “pouso suave” para uma economia fortemente atingida pela pandemia.
A fala do ministro preocupou os investidores, uma vez que a prorrogação do auxílio, apesar de muito importante do ponto de vista social, pode deteriorar ainda mais o frágil cenário fiscal do Brasil.
Um problema que agrava ainda mais esse quadro é a falta de avanço na votação das reformas no Congresso. Sobre esse assunto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que o país pode “explodir” e o dólar ir até R$ 7 no início do ano que vem.
Mesmo longe do patamar alertado por Maia, o dólar se valorizou frente ao real na semana. O Ibovespa também fechou o período com desempenho positivo:
- Ibovespa: com alta de +3,76%, o índice brasileiro fechou a 104.723 pontos;
- Dólar: a divisa americana subiu frente ao real no período, fechando em R$ 5,47.
IBC-Br: o índice de atividade econômica do Banco Central, considerado a prévia do PIB, registrou alta de +9,47% no terceiro trimestre, indicando que o país deixou o cenário de recessão técnica (dois trimestres consecutivos de contração econômica).
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A Localiza S.A (RENT3) informou na quinta (12/11) a aprovação da combinação de negócios com a Unidas foi aprovado pelos acionistas de ambas as companhias;
- A Embraer S.A (EMBR3) anunciou na quinta (12/11) a criação de um programa de recompra de ações com prazo máximo de 12 meses.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Após falas de Guedes e Rodrigo Maia sobre o quadro fiscal brasileiro, o foco do mercado continua a ser o andamento das reformas estruturais que tramitam no Congresso em meio ao período eleitoral.
- Mundo: Diversos dados relevantes dos Estados Unidos serão divulgados no decorrer da próxima semana, com foco nos resultados da indústria, varejo e setor residencial. Será importante acompanhar também a evolução dos casos de coronavírus em solo americano e na Europa, onde as principais economias estão sujeitas a um lockdown até dezembro.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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