Reta final
Reta final
Resumo
- Reta final: candidatos fazem último debate antes da eleição presidencial americana;
- Mostrando fôlego: Ibovespa se mantém acima dos 100 mil pontos com alguns setores em destaque;
- Tendência de alta: número de casos de Covid-19 sobe na Europa, mas taxa de mortalidade é menor;
- Desempenho fraco: mercados internacionais têm semana fraca com incertezas nos Estados Unidos;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Eleições americanas
Reta final
Na última quinta (22/10) foi realizado o último debate presidencial entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos antes da eleição. Diferentemente da primeira ocasião, o encontro entre Trump (republicano) e Biden (democrata) teve um tom de maior civilidade, possibilitando a discussão de temas importantes do momento:
- Pandemia: foi o tema central do debate, com Trump destacando o baixo índice de mortalidade e Biden chamando a atenção para o número de mortes no país até o momento.
- Mercado financeiro: em um apelo quase direto aos investidores, Trump afirmou que o mercado de ações terá um “boom” caso seja reeleito, enquanto Biden disse que as “pessoas não vivem do mercado financeiro”. Com a disputa eleitoral em reta final, ainda não está claro se algum dos candidatos é o preferido de Wall Street, o que torna imprevisível a reação do mercado no curto prazo ao resultado do pleito.
Nada de martelo batido: havia uma expectativa de uma posição final a respeito do pacote de estímulo fiscal para a economia americana, mas o acordo não foi concretizado, indicando que esse programa só terá a possibilidade de ser aprovado após a eleição.
Dados econômicos: resultados da economia dos Estados Unidos referentes a setembro foram divulgados nessa semana. Os números foram melhores que o esperado:
- Licenças de construção: 1,553 milhão x 1,520 milhão
- Pedidos de seguro-desemprego: 787 mil x 860 mil
- Vendas de casas usadas: 6,54 milhões x 6,30 milhões
Brasil
Mostrando fôlego
O Ibovespa, índice representativo do mercado de ações brasileiro, manteve-se acima do patamar de 100 mil pontos no decorrer da semana e já acumula alta de +7,04% em outubro após dois meses consecutivos de queda. Na semana, a alta foi de +3%, com fechamento em 101.260 pontos. O índice brasileiro chegou a ter pregões com forte alta mesmo em dias negativos no exterior.
Alguns setores e ações têm se destacado nesse momento de alta do mercado:
- Shopping centers: um dos segmentos mais atingidos pelo coronavírus, os shoppings enfrentaram um período de incertezas sobre a reabertura de unidades e concorrência do e-commerce durante a quarentena. No entanto, as empresas do setor têm mostrado uma forte retomada nas atividades e as ações têm se beneficiado no momento: BRML3 sobe +12,53% no mês, enquanto IGTA3 tem alta de +8,78% até o momento.
- Companhias aéreas: componentes de outro setor muito afetado pela crise, as companhias aéreas têm apresentado sinais de recuperação, aproveitando o momento de queda da média móvel de mortes no Brasil e consequente flexibilização de viagens e atividades de turismo. AZUL4 já acumula alta de +11,16% em outubro e GOLL4 sobe +15,16% no período.
- Setor financeiro: o IFNC (Índice Financeiro da B3) retrata o momento positivo das ações do setor bancário, que também têm peso relevante no Ibovespa, acumulando uma alta de quase +10% até o momento;
- Destaques do ano: os papéis da Magazine Luiza e da WEG tiveram uma recuperação vigorosa desde a crise do coronavírus e têm apresentado um ótimo desempenho também neste mês: MGLU3 sobe +16,23% até o momento e WEGE3 tem valorização mensal de +24,31%.
Apesar do momento positivo da bolsa, o dólar continua em níveis elevados frente ao real brasileiro, fechando a semana em R$ 5,62.
Prévia da inflação: o resultado do IPCA-15 (período de 12/09 a 13/10) foi de +0,94%, pressionado pelo preço das carnes e arroz. A alta acumulada nos últimos 12 meses é de 3,52%, resultado significativo mas abaixo da meta de 4% visada pelo Banco Central.
Coronavírus
Tendência de alta
A retomada no número de novos casos de coronavírus na Europa continuou no decorrer da semana, com alguns países reportando o maior número de infecções diárias desde o início da pandemia. Espanha e França registraram mais de 1 milhão de casos nos seus territórios, marca que apenas a Rússia havia alcançado no continente.
Existe a expectativa da imposição de medidas de distanciamento social e limitação de viagens entre os países na região.
Nos Estados Unidos têm ocorrido picos regionais de casos e mortes reportadas por Covid-19. Na quarta (21/10), foram registradas mais de 1.100 mortes no país, dado mais alto do mês de outubro até o momento. A situação preocupa no momento e ocorre na véspera de uma eleição presidencial.
Por outro lado, países emergentes e populosos como Brasil e Índia têm apresentado uma tendência de queda consistente em relação ao número de novos casos e mortes registradas por Covid-19, uma boa notícia em meio à segunda onda que atinge outros regiões.
Mercado financeiro
Desempenho fraco
A semana foi de poucas notícias animadoras para os investidores no âmbito internacional. O aumento significativo no número de casos na Europa e a falta de acordo sobre o pacote de estímulo nos Estados Unidos deu um tom negativo aos mercados, que aguardam também os desdobramentos da eleição presidencial americana no início de novembro.
Os resultados da semana foram os seguintes:
- Índices americanos – S&P 500 teve queda de -0,53%. Dow Jones fechou com -0,94%;
- Índice europeu – Euro Stoxx50 teve queda de -1,44%;
- Índices asiáticos – Nikkei 225 (Japão) subiu +0,45%. Shanghai Composite (China) teve queda de -1,75%
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A Braskem S.A (BRKM5) informou na segunda (19/10) que está investigando o incidente de possível vazamento de informações e dados reportado inicialmente em 07/10;
- A CVC S.A (CVCB3) relatou na terça (20/10) que dará preferência aos destinos nacionais na sua retomada operacional devido à recuperação mais lenta do turismo internacional.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Na próxima semana ocorrerá decisão de taxa de juros pelo COPOM, com expectativa inicial de manutenção da SELIC em 2%. Além disso, será divulgada a taxa de desemprego referente ao período de junho a agosto.
- Mundo: No cenário internacional, será divulgada uma bateria de resultados da economia dos Estados Unidos, com destaque para o PIB do terceiro trimestre. A semana antecede a eleição americana e conta também com a decisão de taxa de juros pelo Banco Central Europeu.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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