Contendo a 2ª onda

Contendo a 2ª onda

Resumo

  • Achatando a curva: países europeus buscam formas de conter a segunda onda de coronavírus na região;
  • Impasse: pacote de estímulos nos Estados Unidos continua sem acordo e desanima os mercados;
  • Saudades? Ibovespa volta a flertar com os 100 mil pontos depois de um mês;
  • Mercado financeiro: bolsas internacionais fecham a semana com desempenho misto frente às incertezas no cenário global. Coronavírus na Europa e impasse nos Estados Unidos preocupam os investidores;
  • Bate-bola corporativo: destaques da semana;
  • Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Europa x Coronavírus

Achatando a curva

No início da pandemia, a Europa foi duramente atingida pelo Covid-19 e registrou um alto índice de mortalidade, principalmente na Itália, Espanha e Reino Unido. Com a adoção das medidas de prevenção, o grau de infecção por coronavírus foi reduzido de forma significativa desde maio, trazendo a sensação de controle da pandemia na região. Recentemente, no entanto, os países europeus voltaram a registrar o aumento de novos casos, refletindo a já esperada “segunda onda” da pandemia.

Na França, o governo declarou “estado de emergência de saúde pública” e estabeleceu toque de recolher entre 9 da noite e 6 da manhã para limitar a circulação de pessoas. A taxa de infecções diárias no país superou a registrada durante o primeiro pico de infecções, ocorrido em meados de abril e maio.

Na Alemanha, onde houve maior controle da pandemia desde o início, a velocidade de transmissão da doença tem sido acompanhada pelos governadores locais com o objetivo de determinar a necessidade de medidas mais restritivas. Nesse caso, o funcionamento de bares e restaurantes pode ser mais limitado e aglomerações com mais de 15 pessoas podem ser proibidas temporariamente.

No Reino Unido, quinto país com mais mortes por Covid-19 até o momento, o governo está avaliando a possibilidade de estabelecer uma segunda quarentena em regiões específicas do país visando conter o aumento recente de novos casos.

A segunda onda de casos na Europa representa um fator de risco relevante para o mercado. As medidas de restrição que podem ser impostas nas principais economias da região têm o potencial de desacelerar a atividade econômica e comprometer a já frágil recuperação europeia.

O Banco Central Europeu (BCE) têm conduzido a política monetária com elevado grau de estímulo para dar suporte aos países da Zona do Euro, inclusive com taxa de juros a 0% e recompra de títulos públicos. O cenário atual tem colocado à prova a efetividade dessas medidas utilizadas para fomentar a recuperação econômica dos países. Resta saber se os europeus terão sucesso em achatar uma curva que está subindo novamente.

Estados Unidos

Impasse

Pacote de estímulos: foi mais uma semana de impasse sobre o pacote de estímulo fiscal americano. A saga de negociações entre democratas, republicanos, presidência, Congresso e Senado continua. A proposta prevê mecanismos de redistribuições de renda e apoio financeiro à escolas e pequenos negócios. O motivo de divergência entre os envolvidos na negociação é o valor total do programa.

O presidente Trump não se mostrou muito satisfeito com o tamanho da proposta até o momento, afirmando que o valor deveria ser superior ao montante atual em negociação: US$ 1,8 trilhão.

O impasse, que já se arrasta há muito tempo, diminui as chances de aprovação do pacote até a eleição presidencial, que ocorrerá no início do próximo mês. Apesar da recuperação indicada em diversos dados, a economia dos Estados Unidos ainda sofre com reflexos da crise causada pela pandemia. Os pedidos semanais de seguro-desemprego continuam altos: 889 mil (825 mil esperados) reportados na última quinta (15/10).

Segundo round: na próxima quinta ocorrerá o segundo debate presidencial entre Donald Trump (republicano) e Joe Biden (democrata), candidatos à presidência dos Estados Unidos. O evento certamente será acompanhado pelos investidores interessados nas propostas econômicas dos concorrentes à Casa Branca.

Brasil

Saudades?

A última vez na qual o Ibovespa fechou um pregão acima dos 100 mil pontos foi no dia 09/09, há pouco mais de 1 mês. Desde então, a bolsa brasileira tem operado em queda, afetada principalmente pelo noticiário político e sinais de insustentabilidade nas contas públicas. Neste mês, no entanto, o índice de ações do mercado brasileiro tem demonstrado boa recuperação e voltou a flertar, mais uma vez, com a marca simbólica dos 100 mil pontos. Nesta semana, o Ibovespa fechou a 98.309 pontos, com alta de +0,85% no período.

Apesar da performance positiva do Ibovespa, o dólar continua em níveis elevados frente ao real, refletindo a incerteza dos investidores com o desenrolar da pandemia nas principais economias e com o cenário fiscal brasileiro, contribuindo para que o real seja, até o momento, a moeda emergente com pior desempenho frente à divisa americana em 2020. O dólar fechou a semana cotado a R$ 5,64.

Mercado financeiro

Onda de casos e impasse americano

A semana nos mercados foi marcada pela tensão sobre o aumento de casos na Europa e ao impasse referente ao pacote de estímulo americano. Diante desse cenário de incerteza, os principais índices internacionais fecharam o período com desempenho misto após um bom início de mês.

Os resultados da semana foram os seguintes:

  • Índices americanos – S&P 500 teve alta de +0,19%. Dow Jones fechou com +0,07%;
  • Índice europeu – Euro Stoxx50 teve queda de -0,84%;
  • Índices asiáticos – Nikkei 225 (Japão) caiu -0,89%. Shanghai Composite (China) teve alta de +1,96%

Bate-bola corporativo

O que foi destaque na semana?

  • A Magazine Luiza S.A (MGLU3) anunciou na quinta (15/10) a aquisição da ComSchool, plataforma de e-commerce e educação com foco em Marketing Digital;
  • O JBS S.A (JBSS3) informou na quinta (15/10) que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s elevou o rating da companhia de BB+ para BB, com perspectiva estável.

Radar do mercado

Para ficar de olho

  • Brasil

    : Em uma semana com poucos destaques na agenda econômica, os investidores devem monitorar o comportamento do Ibovespa próximo à marca dos 100 mil pontos e novidades referentes às reformas que correm no Congresso.

  • Mundo: No ambiente externo, a semana começa com diversos dados importantes da economia chinesa, incluindo o PIB do terceiro trimestre da potência asiática. O evento mais importante, no entanto, será o segundo debate presidencial americano, marcado para a quinta (22/10).

Sobre o autor

Lucas Barroso

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