Resumo

• Sem lockdown

  : apesar do aumento de casos de coronavírus, economias não admitem uma nova quarentena para conter o avanço do vírus;

• Retrato da recessão: comércio mundial tem forte queda durante a pandemia e FMI estima recuperação mais lenta;
• Freio no pessimismo: projeção de instituições financeiras para o PIB brasileiro param de cair, conforme mostrado no relatório FOCUS;
• Bate-bola corporativo: destaques da semana;
• Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.

Economia mundial

Sem lockdown

O aumento nos casos e mortes por coronavírus em regiões dos Estados Unidos e países europeus tem levantado um questionamento: se essa é de fato a temida e já esperada “segunda onda”, os países devem impor novamente uma rígida quarentena para conter o avanço do vírus?

O que pensam as autoridades… o presidente Trump, governante do país mais atingido por essa nova onda de casos até o momento, afirmou de forma enfática através do Twitter que a economia está voltando com força e não será paralisada, uma vez que a taxa de mortalidade nos Estados Unidos é uma das mais baixas do mundo, segundo o mandatário. Apesar de alguns sinais de recuperação na economia americana, a crise ainda não foi superada, como demonstrado nos pedidos de seguro-desemprego dessa semana: 1,48 milhões contra uma estimativa de 1,35 milhões.

Outras autoridades nacionais também parecem não estar dispostas a impor uma nova quarentena. No mundo todo, já são mais de 9,6 milhões de infectados pelo Covid-19 e cerca de 495 mil mortos.

Como os investidores têm reagido… a semana foi marcada por intensa aversão ao risco nas bolsas mundiais, causando forte queda nos índices de ações, principalmente dos Estados Unidos. O S&P 500 caiu -2,86% na semana, enquanto o Dow Jones teve queda de -3,31%. O IBEX-35, que representa o mercado europeu, fechou em terreno negativo com desvalorização de -3,18%.

Dados e projeções econômicas

Retratos da recessão

Comércio mundial em baixa… consequência natural de uma forte desaceleração econômica mundial, o volume de comércio de bens e serviços entre países sofreu queda de -18,5% entre os meses de abril e junho em comparação com o mesmo período de 2019. Foi a maior queda da atividade registrada na história.

Revisão do FMI… o Fundo Monetário Internacional atualizou a projeção para o crescimento global de -3%, conforme relatório de abril, para -4,9% em 2020. Além disso, a instituição afirma esperar uma recuperação mais lenta que o projetado no início da crise.

Brasil

Freio no pessimismo

O relatório FOCUS do Banco Central reúne as projeções de instituições financeiras para a economia brasileira, sendo uma pesquisa importante sobre a percepção de agentes do mercado sobre as condições do ambiente doméstico. Pela primeira vez desde a crise causada pelo coronavírus, a projeção para o PIB nacional parou de cair, passando de -6,51% para -6,50%. A diferença é pequena, mas parece sinalizar que os participantes de mercado estão enxergando que o pior da crise econômica pode ter ficado para trás.

Bolsa de Valores… Assim como os mercados internacionais, o índice Ibovespa teve uma semana volátil e fechou em queda de -2,8% no período. Após operar abaixo de R$ 5,00 no decorrer de junho, o dólar fechou em R$ 5,46, demonstrando a maior aversão ao risco por parte dos investidores.

Bate-bola corporativo

O que foi destaque na semana?

• A

  Cielo S.A (CIEL3

  )

  informou na última quarta (24/06) que suspendeu o serviço de pagamentos via WhatsApp após determinação do Banco Central. A companhia anunciou no mesmo dia a abertura de um programa de recompra de mais de 2,5 milhões de ações;

• A Petrobras S.A (PETR3; PETR4) reportou na quinta (25/06) o início da produção de petróleo e gás natural no pré-sal de Atapu, na Bacia de Santos.
• A IRB Brasil Resseguros S.A (IRBR3) relatou nesta sexta (26/06) o afastamento dos responsáveis pela disseminação de informações sobre a compra de ações da companhia pela Berkshire Hathaway após investigação independente.

Radar do mercado

Para ficar de olho

• Brasil

  : Nos próximos dias, indicadores relevantes da economia brasileira serão divulgados, com destaque para a taxa de desemprego e produção industrial de maio.

• Mundo: Após uma semana nervosa nas bolsas mundiais, investidores estarão atentos à evolução dos casos de coronavírus nos países que retomaram as atividades. Na agenda econômica, destaque para os números da indústria na Europa e os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos (Payroll).

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