Dois pesos

Dois pesos

Resumo

  • O que pesa a favor: Medidas de governos e bancos centrais ao redor do mundo aumentam a possibilidade de rápida recuperação após a crise;
  • O que pesa contra: Dados das principais economias já demonstram forte queda na atividade produtiva e consumo;
  • Quase sob controle: China reduz drasticamente o número de transmissões entre habitantes do país, mas casos importados representam um desafio;
  • Novo epicentro: Número de infectados por Covid-19 nos Estados Unidos já supera o registrado na China e na Itália;
  • Operação de guerra: Banco central e governo anunciam medidas para estimular a economia brasileira frente à crise;
  • Bate-bola corporativo: destaques da semana.

Cenário internacional

A balança da economia global

O que pesa a favor… Existe a necessidade de suporte financeiro para pessoas e empresas no enfrentamento da crise atual, e isso tem feito com que governos e bancos centrais ao redor do mundo tomem medidas de estímulo para beneficiarem a economia. O movimento tem sido global e quase coordenado, o que aumenta a chance de recuperação rápida e generalizada após a fase mais aguda da pandemia.

O principal exemplo disso foi a aprovação pelo Senado dos Estados Unidos de um pacote de estímulo fiscal no montante de US$ 2 trilhões. A medida tem como objetivo blindar a economia americana dos efeitos do Covid-19, oferecendo pagamentos diretos a cidadãos de classes mais baixas, expandindo o seguro para desempregados e provendo suporte financeiro aos pequenos negócios e grandes corporações.

A aprovação do pacote de estímulo do governo americano e medidas semelhantes em outros países deram uma sensação de alívio aos investidores. Na terça, o índice Dow Jones da bolsa americana teve o seu melhor pregão desde 1933. As bolsas asiáticas, principalmente a japonesa, tiveram forte valorização e fecharam a semana em alta.

O que pesa contra… O coronavírus pode ter efeitos recessivos na economia global devido à paralisação da atividade produtiva e do consumo. Alguns dados econômicos já indicam as consequências de curto prazo da pandemia.

Na China, os resultados referentes a fevereiro levando em conta os últimos 12 meses provocam calafrios em investidores e economistas: -13,5% na produção industrial; -20,5% nas vendas do varejo e -79% na venda de veículos.

Nos Estados Unidos, um recorde negativo foi divulgado na quinta (26/03): 3,28 milhões de pedidos de seguro desemprego durante a semana passada (15/03 a 21/03), pior resultado já registrado. O número da semana anterior havia sido de 281.000,representando uma disparada nos pedidos de seguro desemprego em poucos dias.

O pessimismo voltou a ditar o ritmo do mercado e as bolsas voltaram a cair na sexta (27/03) após resultado do mercado de trabalho americano. O saldo na semana, porém, foi positivo para os índices de ações. A balança continua a pender de um lado para o outro.

Coronavírus

China x Covid-19

Quase sob controle… A China confirmou no decorrer da semana que as transmissões comunitárias do coronavírus (quando ocorre entre pessoas de uma mesma região) foram praticamente interrompidas. A notícia é boa, no entanto, existem três ressalvas:

  • A potência asiática não é referência na divulgação de dados reais e transparentes. O regime que atua no país já demonstrou esse problema com o surto do vírus SARS, em 2003;
  • Ligado ao primeiro problema, existe também o questionamento de casos assintomáticos (quando a pessoa não apresenta sinais da doença) não serem detectados ou contabilizados nos dados divulgados pelo governo chinês;
  • Ainda que a disseminação interna do vírus tenha sido controlada, existe o risco dos casos importados de chineses que regressam ao país vindo de regiões afetadas pela pandemia. A China, inclusive, anunciou o fechamento das fronteiras para estrangeiros a partir de sábado (28/03).

Novo epicentro…Enquanto os chineses se aproximam de uma saída do abismo provocado pelo Covid-19, a batalha contra a pandemia ao redor do mundo continua: atualmente, são cerca de 550.000 infectados e mais de 24.000 mortos. Nos Estados Unidos, o número de casos confirmados já é maior que na China e na Itália, tornando o país o novo epicentro do coronavíus.

Cenário doméstico

Operação de guerra

Frente monetária… O Banco Central anunciou na última segunda (23/03) conjunto de medidas para prover liquidez ao Sistema Financeiro Nacional em tempos de estresse causado pelo coronavírus. A proposta libera um montante de R$ 1,2 trilhão para que instituições financeiras tenham recursos e segurança para a concessão de crédito. Segundo o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é o “maior plano de liquidez e de capital já feito” pela instituição.

Frente fiscal… O governo brasileiro está preparando uma proposta de estímulo fiscal que pode chegar a R$ 600 bilhões. O objetivo da equipe econômica no momento é dar suporte aos trabalhadores informais e às empresas, evitando demissões em massa a partir das próximas semanas. O pacote é considerado um “plano de guerra” para combater os efeitos do coronavírus na economia doméstica.

Placar da semana: 3×2… O Ibovespa teve três dias de alta e dois de baixa nessa semana. Entre terça e quinta, a bolsa brasileira acompanhou os mercados mundiais e subiu mais de 20% no período. Na segunda e na sexta o índice sofreu forte queda, mas nada de Circuit Breaker (ufa!). O resultado final da semana foi de alta superior a 10%.

Bate-bola corporativo

O que foi destaque na semana?

  • A

    Vale (VALE3)

    anunciou no último dia 22/03 a compra de 5 mil kits de testes para coronavírus. A remessa foi adquirida da China e será entregue ao governo brasileiro em meados de abril, segundo a companhia.

  • A Marfrig (MRFG3) divulgou no dia 24/03 a doação de R$ 7,5 milhões para o governo federal que serão investidos na compra de testes para Covid-19. Além disso, a companhia utilizará uma de suas fábricas para produção de álcool em gel visando abastecer instituições de saúde.
  • A Petrobrás (PETR3; PETR4) comunicou no dia 26/03 a doação de 600 mil testes para diagnóstico de coronavírus. Os kits foram adquiridos dos Estados Unidos e chegarão ao país durante o mês de abril.

Sobre o autor

Lucas Barroso

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