Montanha Russa
Montanha Russa
Resumo
- Semana de altas e baixas: bolsas nos Estados Unidos alcançam a máxima histórica, mas caem em seguida com preocupação sobre o avanço do coronavírus;
- Piloto automático: resultado da inflação mantém o Fed em modo de espera;
- A passos de tartaruga: economias europeias tiveram fraco crescimento em 2019;
- Efeitos no petróleo: relatório da OPEP demonstra preocupação com coronavírus;
- Gangorra brasileira: varejo decepciona enquanto o setor de serviços expande;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana.
Cenário internacional
Semana de altas e baixas
Volátil… Por alguns momentos os investidores pareciam ter esquecido a ameaça do coronavírus. Na quarta (12/02), os principais índices de bolsas dos Estados Unidos (S&P 500 e Nasdaq) fecharam nas máximas históricas. Porém, no dia seguinte (13/02) foi reportada a maior expansão diária do coronavírus, com mais de 14.000 infectados e 242 mortos em apenas um dia, causando novo temor nos investidores e volatilidade nos mercados. O saldo até o momento é de aproximadamente 1380 mortes e mais de 64.000 diagnosticados com o vírus.
Estados Unidos
Inflação e Fed
Piloto automático… A taxa de inflação americana com base nos dados de janeiro foi de 2,5% nos últimos 12 meses, resultado em linha com o esperado. Considerando somente o resultado do mês, o indicador subiu apenas 0,2%. O nível baixo de inflação foi causado, principalmente, por uma queda expressiva no preço dos componentes de energia. Com resultados de inflação próximos da meta, o Fed deve continuar em modo de “piloto automático”, conforme esperado pelo mercado no decorrer de 2020.
Falando em Fed… Em testemunho perante o Congresso americano no decorrer dessa semana, o presidente do Fed Jerome Powell sinalizou que, enquanto os resultados da economia dos Estados Unidos estiverem em linha com o cenário projetado, não devem ocorrer alterações no atual ritmo da política monetária. Powell também afirmou que o banco central americano está monitorando de perto os efeitos do coronavírus.
Europa
A passos de tartaruga
O PIB da Zona do Euro em 2019 teve um fraco crescimento de 0,9%, abaixo do que ocorreu em 2018, cuja expansão foi de 1,2%. No último trimestre do ano passado, a economia cresceu apenas 0,1%, resultado causado pelo fraco desempenho das três maiores economias da Zona do Euro: a Alemanha cresceu exatamente 0%, enquanto Itália e França contraíram no período.
Estagnação britânica… Assim como a Alemanha, a economia do Reino Unido estagnou no último trimestre de 2019, expandindo 0%. No ano de 2019, o PIB estimado do país foi de 1,4%, pouco acima do 1,3% obtido em 2018. Resta saber se a saída da União Europeia será benéfica para economia na terra da Rainha.
Preocupação da OPEP
Efeitos no petróleo
O Relatório mensal da OPEP divulgado nesta semana apresenta a visão do cartel sobre os efeitos do coronavírus no mercado de petróleo. De acordo com o documento, a epidemia será o principal fator de queda da demanda pela commodity durante o 1º semestre de 2020 devido ao impacto nos meios de transporte, principalmente, pela diminuição no fluxo de vôos em função da necessidade de combater o avanço da doença. O preço do petróleo já teve queda de 17% desde o início de 2020, o que é prejudicial para os países que produzem a commodity.
Cenário doméstico
Gangorra de resultados
O varejo decepcionou… As vendas do varejo em dezembro de 2019 caíram 0,1%. No ano, a expansão do setor foi de 1,8%, terceiro ano seguido de crescimento, mas abaixo dos anos anteriores (2,1% em 2017 e 2,3% em 2018). De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os dois principais fatores para esse resultado foram a pressão inflacionária no mês e a falta de crescimento da renda do trabalhador brasileiro no período, o que serviu para um desempenho fraco do segmento de hipermercados, componente relevante nos números do varejo.
…mas o setor de serviços cresceu… o segmento de serviços, que não apresentava crescimento anual desde o início da recessão em 2015, expandiu 1,0% em 2019. Os componentes que mais contribuíram para essa alta foram comunicação e inteligência da informação.
Dólar nas alturas… No decorrer da semana o dólar alcançou a máxima histórica, chegando a R$ 4,35. No contexto atual, fatores como a aversão ao risco por parte dos investidores devido ao surto de coronavírus e a divulgação de resultados fracos da economia brasileira, particularmente da indústria e comércio, têm influenciado essa depreciação do real frente ao dólar.
Dessa vez é diferente… Questionado sobre a trajetória do câmbio durante uma entrevista, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que, em outros momentos, a depreciação da moeda era causada por fuga de capitais e aumento do risco-país, diferente do cenário atual, no qual tanto os juros quanto o risco Brasil estão em patamares baixos. O presidente da instituição declarou que o Banco Central está concentrado em monitorar o efeito do câmbio sobre as expectativas de inflação, que estão ancoradas no momento.
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A TIM Participações (TIMP3) divulgou na última segunda (10/02) que a agência de classificação de risco Fitch atribuiu AAA(bra) com perspectiva estável à companhia. Esse rating é o mais alto em escala nacional.
- A Cemig (CMIG4) comunicou na segunda (10/02) que a gestora global de investimentos BlackRock aumentou seu capital na companhia, passando a deter 10,06% de participação acionária.
- A Gol (GOLL4) informou na terça-feira (11/02) que vai realizar a venda de 11 aeronaves, possibilitando, conforme o comunicado, a redução da dívida e a renovação da frota, aumentando a eficiência operacional da empresa.
- O BTC Pactual (BPAC3; BPAC4) divulgou nessa sexta (14/02) seus resultados referentes ao ano de 2019. Em comparação com 2018, o banco de investimento teve um crescimento na receita total de 55,7%, enquanto o lucro líquido recorrente foi 61% acima do ano anterior. A carteira de crédito do BTG Pactual em 2019 expandiu 43,6%.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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