7 meses depois
7 meses depois
Resumo
- Crise e recuperação: situação dos ativos da bolsa sete meses após o início da crise causada pela pandemia;
- Novas discussões: após cancelamento do Renda Brasil, equipe econômica discute a reforma tributária com a Câmara;
- Pandemia: Europa procura conter a alta de novos casos;
- Mercado financeiro: índices internacionais fecham mais uma semana em queda;
- Bate-bola corporativo: destaques da semana;
- Radar do mercado: temas e eventos para ficar de olho.
Quando tudo começou
Crise e recuperação
Nesta semana completaram-se sete meses desde o dia em que a bolsa brasileira começou a vivenciar a crise causada pela pandemia de coronavírus. No dia 26/02 o Ibovespa caiu quase 8 mil pontos, resultado de -7,00% na ocasião. A partir daí, o índice de mercado desceu a ladeira no decorrer de março e chegou próximo dos 60 mil pontos, acumulando nada menos que seis circuit breakers no período.
Na época, a preocupação dos investidores com a pandemia alcançando outros países foi agravada também pela crise do petróleo protagonizada por Arábia Saudita e Rússia, causando um forte sell-off dos ativos da bolsa.
Atualmente, o Ibovespa recuperou boa parte do terreno perdido na fase mais aguda da crise, no entanto, o índice ainda está abaixo da sua máxima histórica e do nível pré-crise. Após superar os 100 mil pontos em julho, o Ibovespa está com desempenho negativo e opera abaixo desse patamar desde então.
Dentre as ações que mais se destacaram nos últimos sete meses estão:
- Crise para quem? As ações da gigante do varejo Magazine Luiza S.A (MGLU3) e da empresa de componentes elétricos WEG S.A (WEGE3) renovaram as máximas históricas e têm se mantido em patamares elevados desde então;
- Corona Crash: Os papeis da resseguradora IRB Brasil (IRBR3) e da companhia aérea Azul (AZUL4) tiveram a maior queda em termos percentuais durante a crise e ainda estão distantes das suas máximas históricas.
A expectativa dos investidores agora é de que, ainda que existam muitas incertezas e volatilidade adiante, o pior tenha ficado para trás nesses sete meses.
Nesta semana: o Ibovespa fechou o período a 97.000 pontos, com queda de -1,31%. O dólar subiu na semana e fechou cotado a R$ 5,55.
Brasil
Novas discussões
Tributos: Após o cartão vermelho da presidência para o programa Renda Brasil, a equipe econômica procura viabilizar a aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional.
Deputados que apoiam o governo estão trabalhando para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deixe de obstruir a discussão sobre a “nova CPMF”, que seria estabelecida com o objetivo de substituir parcialmente onerações sobre a folha de pagamentos em todos os setores, segundo o Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ata do COPOM: Após manter a taxa de juros em 2,00%, o Banco Central sinalizou na ata da reunião que a SELIC pode permanecer nesse nível até meados de 2022, tendo em vista o cenário de necessidade de recuperação econômica do Brasil após a crise.
O comitê não descartou de forma definitiva a possibilidade de novos ajustes na taxa básica de juros, mas condicionou essa questão à trajetória fiscal do país baseada na continuidade das reformas estruturais.
Pandemia
Próximos passos
Recentemente, a Europa tem enfrentado uma alarmante retomada nas infecções por Covid-19. Cada país do continente tem adotado medidas específicas (uso obrigatório de máscaras, distanciamento social, restrição de horário de funcionamento de bares e restaurantes), mas quarentenas e fechamento de estabelecimentos estão fora de questão até o momento.
Investidores observam a evolução desses números, pois novas restrições sobre a atividade econômica podem comprometer a já frágil retomada na Europa.
Uma notícia boa em meio a essa situação preocupante é a taxa de mortalidade, que se mantém bem abaixo do pico registrado em março e abril, mesmo diante desse surto de novos contágios.
No mundo todo foram registrado mais de 32 milhões de casos e quase 1 milhão de mortes pelo coronavírus até o momento. Os países com mais infectados são Estados Unidos, Índia e Brasil, enquanto Peru, Bélgica e Bolívia apresentam atualmente a maior taxa de mortalidade em relação à população total.
Mercado financeiro
Índices no vermelho
As bolsas internacionais fecharam mais uma semana em terreno negativo sob preocupações de novos casos de coronavírus na Europa.
Nos Estados Unidos, a principal notícia é de que políticos democratas preparam para a próxima semana uma nova proposta de estímulo cujo valor deve alcançar 2,4 trilhões de dólares. Os republicanos, no entanto, não parecem inclinados a apoiar esses valores. As negociações referentes a esse assunto já se arrastam por muitas semanas e agravam a incerteza nos mercados.
Em discurso virtual na Assembleia Geral da ONU, o presidente americano Donald Trump voltou a se referir ao Covid-19 como “vírus chinês” e declarou que a potência asiática deve ser responsabilizada pela pandemia. Mais um ingrediente na situação tensa entre China e Estados Unidos.
Os resultados da semana foram os seguintes:
- Índices americanos – S&P 500 teve queda de -0,43%. Dow Jones fechou com -1,75%;
- Índice europeu – Euro Stoxx50 teve queda de -4,47%;
- Índices asiáticos – Nikkei 225 (Japão) caiu -0,67%. Shanghai Composite (China) teve queda de -3,56%
Bate-bola corporativo
O que foi destaque na semana?
- A Marfrig S.A (MRFG3) anunciou na terça (22/09) que a agência de classificação Fitch elevou o rating da companhia de AA- para AA+ na escala nacional;
- A Banco do Brasil S.A (BBAS3) informou na terça (22/09) a nomeação de André Guilherme Brandão como presidente da companhia.
- A Localiza Rent Car S.A (RENT3) e a Companhia de Locação das Américas (LCAM3) anunciaram na quarta (23/09) a combinação dos negócios e incorporação de ações. Os papeis das duas empresas tiveram forte alta no dia do anúncio.
Radar do mercado
Para ficar de olho
Brasil
: Na próxima semana os investidores estarão atentos ao andamento da reforma tributária na Câmara dos Deputados com a tentativa do governo de colocar a “nova CPMF” na proposta. Além disso, será divulgada a taxa de desemprego referente ao trimestre encerrado em julho.
- Mundo: Além da evolução de novos casos na Europa e das medidas adotadas para conter o novo surto, o resultado do mercado de trabalho americano em setembro (Payroll) será o principal evento da agenda internacional na próxima semana.
Sobre o autor
Lucas Barroso
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